A viagem em si foi típica de uma viagem típica de trem. Sem sobressalto algum. Um leve zunido ao longe e um suave balançar em cadência aleatória. Mas aí é que se encontra o ponto crítico. Com o passar do tempo, nós humanos, todos, suecos ou não, passamos por um processo de acumulação do tal líquido filtrado pelos rins. Assim, lá vou eu vagão a fora a procura de um banheiro e me assusto um pouco com a falta de prumo que meu corpo era submetido ao caminhar, sendo embalado ao sabor do gingado do trem.
Já no banheiro sou submetido a uma experiência surrealista. O balançar pra lá e pra cá do trem funcionou como uma verdadeira rolha. Desolado, retorno ao meu lugar e, pacientemente, dou um cochilo aguardando uma parada. Algum tempo depois, percebendo que estavamos numa estação, fui às pressas ao reservado, mas..... foi eu ficar em "posição de tiro", não é que o trem foi mais rápido do que eu e reinicia a viagem... Entre palavrões e trancos sucessivos na parede resolvo aceitar na guerra e pensei: é agora ou nunca. Mirando fixamente o alvo, me concentrei, pensei na latrina, na cara do Delúbio, do Genoino e do J. Dirceu e mesmo me batendo todo nas paredes, procurando e conseguindo um mínimo de equilíbrio e concentração, consegui aliviar a bexiga.