Minhas Novas Manias
 
A cada temporada da vida invento uma nova moda.
            E eis que minhas temporadas são extremamente pessoais. Vivo estações que duram alguns dias, podendo se alongar por semanas meses ou anos. Também tenho temporadas dentro de temporadas, assim como uma cebola possui várias camadas e, em essência continue sendo a mesma.
            Minhas filhas, duas belas jovens na casa dos 18 e 20 anos, namorando sério, como gostam de dizer, afirmam que minhas mudanças são uma forma de deixá-las malucas. Pura maldade. Vivo pelo simples prazer de viver. Vou aprendendo com tudo e com todos, tendo cultivado o bom hábito de deixar a ansiedade para depois de amanhã cada vez com maior frequência.
            Minha esposa pouco liga para minhas manias novas e crescentes. Já se acostumou após nossos quase 25 anos de casamento e deve pensar:
            - Melhor que ele mude de manias do que de esposa!
            Essas novas formas que adquiro de me repensar e de me reinventar dão sempre um novo sentido à minha vida. Elas sabem que sempre posso criar uma nova surpresa sendo que, por vezes, se irritam, mas por outras terminam se encantando e até aderindo ao meu novo hábito, mania ou lazer.
            Estou agora aderindo à prática de Tai Chi e vejam que já pratiquei Yoga, Capoeira, Judô, Atletismo, Musculação, Tênis e ainda faço meditação. Todas essas formas de me comunicar com meu corpo e comigo mesmo ampliam meus sentidos e tornam minha vida mais colorida.
            Quase enlouqueceram quando resolvi ¨alugar¨ um ¨Stand¨ em uma Bienal e expor meus livros. Lançaram críticas de todos os lados, mas quando o evento chegou e evoluiu, acabaram gostando do agito e da badalação.
            Vida é movimento e eu vou me movendo procurando sempre uma nova dinâmica que me amplie a vivência, o conhecimento e os sentidos. Não é à toa que estudo cinco idiomas, ministro palestras, escrevo, dou tacadas no mercado financeiro, convivo com a natureza, ouço música assisto filmes e ainda arranjo tempo para trabalhar.
            A vida é muito curta para fazer menos, para não fazer o que gostamos, para desperdiçar o tempo diante da TV comendo pipoca e engordando – embora por farra, às vezes, também faça isso.
            Minha família enlouquece com minhas novas manias, mas acabam crescendo junto e, quando vejo seus olhos brilhando quando falo das novidades que vou descobrindo, sei que estou no caminho certo.
            Afinal, a vida é curta demais para não ser feliz!
            Namastê!