O TERNO "BEM PRETO" DO DEPUTADO WALTER CARDOSO
Com abertura politica reivindicada pelo povo brasileiro e assinada pelo presidente João Baptista Figueiredo. Coube ao Congresso do Brasil, escolher entre os dois candidatos presidenciáveis Paulo Maluf e Tancredo Neves o comando do destino do Brasil.
Aqui em Sergipe, o malufismo era forte e contava com políticos gabaritados como: Lourival Baptista, Augusto Franco, Hélio Dantas, Walter Cardoso, Américo Alves, Manoel Conde Sobral, Albano Franco, Djenal Queiroz e outros. Já pelo lado de Tancredo Neves (preferido do povo) estavam José Carlos Teixeira, Jackson Barreto, Costa Pinto, Guido Azevedo, Jonas Amaral, Leopoldo Souza, Nelson Araújo etc.
Os embates políticos eram acirrados entre o povo da Aliança Democrática e os malufistas que tinham o poder e não queriam sair tão cedo da corte.
Convicto da vitória, certo dia ao conceder uma entrevista numa emissora de rádio da capital sergipana, o deputado malufista Walter Cardoso se expressou abertamente para os ouvintes sergipanos.
- Eleitores, vou mandar confeccionar um terno preto para participar da posse do meu candidato Paulo Maluf.
Pelo telefone, um gaiato da Aliança Democrática mandou imediatamente um recado para o deputado estadual Walter Cardoso.
- Mande confeccioná-lo “bem preto”, deputado!
-“Bem preto”, por quê? Assombrou-se Walter Cardoso.
-Porque servirá para o senhor participar da sepultura da derrota presidencial do doutor Paulo Maluf.
Não deu outra. O terno “bem preto” do deputado ficou para outras solenidades, menos para aquela aventura presidencial malufista.