Sanduíche surreal…

Dia desses não tive tempo de ir almoçar em casa e decidi comer um sanduíche, afinal, era só atravessar a rua e pedir um daqueles sanduíches que pela foto do outdoor pareciam bem apetitosos.

Abri a porta do local e dei de cara com uma moça sorridente que me recebeu com um:

— A que devo a honra?

“Que estranho” pensei, “será que ouvi direito”.

— Gostaria de comer um sanduíche.

— Qual seria?

— Esse de frango com queijo que está na promoção.

— Mmm, o chicken-cheese? tem certeza? não prefere o búfalo-steak?

— Não, obrigada, o de frango.

— Qual pão vai querer? – apontando para um cartaz com 6 tipos de pães.

— O de gergelim.

— Esse está em falta.

— Então o italiano.

— Também está em falta.

— Bom, o de aveia, então.

— Também está em falta, só temos os 3 últimos.

“Meu senhor amado, por que não disse logo?” pensei.

— Então o pão branco.

Ela colocou o frango e o queijo no pão e disse:

— O que vai querer no pão?

— Somente alface.

— Não vai querer tomate?

— Não.

— Picles?

— Não.

— Cebola?

— Não, somente alface.

— Um molhinho de mostarda?

— Somente alface.

— Um molhinho agridoce? Esse é muito bom, tenho certeza que o senhor vai gostar, é uma delícia!

— Que parte de “somente alface” você não entendeu? (acreditem, sou um cara calmo).

— Nossa,.. — disse ela baixinho — não está mais aqui quem falou.

— E um refrigerante zero.

— Não quero ser intrometida, mas ouvi falar que tem uma substância cancerígena. Se eu fosse o senhor pediria um suco natural, é bem mais saudável.

— Sim, mas você não é eu, quero um refri zero.

— O senhor é quem sabe… tem plano de saúde? Posso lhe pedir uma coisa?

— Pede logo.

— Se importaria de responder à nossa pesquisa de satisfação?

— Sim, me importaria, só quero comer meu sanduíche e sair o mais rápido possível daqui.

— Essa magoou. Quer saber de uma coisa? Não vou lhe cobrar. É uma cortesia.

— O quê?! Meu Deus, por favor, cobre logo, não quero cortesia nenhuma, só quero comer meu sanduíche em paz. Pegue logo esse dinheiro! (a essas alturas senti uma vermelhidão no rosto, mas juro que sou um cara calmo.)

— Não, moço, não quero seu dinheiro. Guarde para pagar um analista, o senhor está precisando, está muito estressado! Eu hein? nunca vi…