Jogo de Dados
 
Dardos, não! Dados, ela era viciada em jogar dados.
Qualquer decisão que tinha que tomar recorria aos dardos, não, não, recorria primeiro aos dados! Colhia todos os dados, avaliava as alternativas e ia para os dados.
· Se desse dobradinha, qualquer uma, dois e dois, três e três, era sinal que deveria pegar mais dados, não dados de jogar, dados tipo informação.
· Se a soma desse sete era batata. Batata para almoço e nenhuma orientação quanto ao que fazer.
· Se a soma desse três, difícil, pois três só sai com dois mais um, era sinal que deveria então ir para os dardos, sim, agora é dardos, mesmo.
· Se um dos dados caísse da mesa, ela deveria ter paciência, procurar outra maior e jogar com mais cuidado. Já, se ambos caíssem, positivamente este não era dia para jogo.
· Se a soma desse um (1) ou mais do que doze (12) significava que bebeu de mais e não estava somando direito, melhor dormir. Não deveria tomar mais nada nesse dia, nem decisões.
· Se o dado da esquerda desse número par, aí sim, ela deveria aceitar, ir em frente. Mas ela nunca sabia qual era o dado da esquerda e esquerda em relação a quê?
· Qualquer outro resultado diferente dos descritos acima, aí era sério. Melhor largar os dados e ir pela sua cabeça mesmo.
Quer dizer, afinal o jogo não adiantava em nada para decidir, seja lá o que fosse, mas o prazer de lançar os dados era sempre indescritível.
Karpot
Enviado por Karpot em 27/08/2013
Reeditado em 27/08/2013
Código do texto: T4453831
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