CUNHADO É USADO EM ENCONTRO DE NAMORO VIRTUAL E TERMINA EM BRIGA

Juvenal Esgarçado usava o computador para tudo. E nessa onda de Facebook, começou amizade com várias pessoas e ficava o tempo todo nesse tal de Facebook. Até que um dia conheceu uma tal de Paloma Esbuquerque. Pela foto que Paloma colocou no seu link no facebook, era uma mulher esplendorosa, “mulher que faria até urubu errar na acrobacia e chocar de bico no chão”, no dizer de Juvenal.

Como a beleza não fora generosa com Juvenal, ele usava a foto no perfil dele que pertencia ao seu cunhado, que lembrava um galã de cinema, por um míope poderia ser confundido com John Travolta nos velhos tempos.

Juvenal e Paloma iniciaram um romance virtual. A coisa se tornou mais séria e chegaram a marcar um encontro. O local seria uma sorveteria.

Mas Juvenal para não causar uma má impressão, fez um acordo com o seu cunhado de ir em seu lugar, já que estaria usando a foto dele. No plano arquitetado, Juvenal ficaria escondido e no momento certo apareceria. Assim que Paloma tivesse se familiarizado.

No instante do encontro, o cunhado, José Fernando Tropa, ficou na espera. Até que Paloma apareceu. Usava um tapa-olho, o olho dela fora arrancado numa briga com uma outra mulher muitos anos atrás. O braço da mulher parecia uma tora de peroba. Por fim José Fernando descobriu que a mulher usava uma perna de pau.

Juvenal, um pouco à distância, viu o terror. Tratou de fininho, cair fora, desaparecer dali o quanto antes.

Pelo trato, Juvenal tinha de aparecer, mas já passavam quase trinta minutos e nada.

Paloma se derretia, “você é o mesmo da foto”. José Fernando procurando em volta com seus olhos espantados, quase em desespero.

“Onde estará aquele maldito”, vociferava José Fernando.

“O garçon, jajá ele vem... não se preocupa não.” Paloma lembrou-se da fantasia erótica, um sonho que ele teve e contou pra ela. José Fernando quase desmaia do impacto daquela frase. “Adão e Eva, você Adão e eu Eva...” “Pára”, disse ele. “E tem o vulcão entrando em erupção...” José Fernando teve um reflexo nos nervos da perna e involuntariamente, chutou a mesa. “Mas, cadê aquele imbecil? Juro que o mato... Ah, eu mato...”, José Fernando procurava em volta. “Você mata mesmo... quando éramos Vênus e Hércules, você matava a terrível Hidra e caía nos meus braços e passamos a noite toda no leito de peles de animais selvagens...”.

José Fernando levantou-se num repente, derrubando até a mesa. “Saiba de uma coisa: eu não sou eu.”

Paloma não estava entendendo nada.

José Fernando encontrou-se com Juvenal e quase o pegou pelo pescoço. Teve de comparecer no local os policiais Américo e Tercíades. A confusão demorou para acabar.

Leozão Maçaroca
Enviado por Leozão Maçaroca em 21/08/2013
Código do texto: T4444723
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.