O CAUSO SÉRIO DAS MALAS
Não é um causo de malas desses que acontecem nas rodoviárias, muito menos nos aeroportos super confusos DE HOJE EM DIA, em que os causos de extravio e trocas das malas rolam soltos.
Também não se trata de nenhum causo de "serial- killer", desses seres psicóticos que matam e picam suas vítimas como para uma salada e as escondem nas sinistras malas de viagens.
O causo foi verídico e a mim chegou como um engraçado conto que aqui lhes reconto.
Ela estava em férias e então resolveu fazer as malas ainda meio sem destino.
Tinha um convite e uma carona para ir para a cidadezinha do interior, na casa duma antiga e querida amiga, todavia ainda não sabia como voltaria de lá, mas o importante era chegar , aceitou, e como voltar ficaria para depois. Decerto voltaria de ônibus.
E todos vocês sabem como as mulheres são para fazerem as suas malas: Com muito cuidado, sempre colocamos a vida e mais um pouquinho dentro delas, tudo do mais preferido, ainda mais quando a carona garante que alguém vai carregá-las pelo mundo, principalmente quando se trata das antigas e incômodas malas sem alça...ou sem rodas.E foi assim que aconteceu.
Ela viajou para a casa da amiga de carona e na volta despachou sua mala com o mesmo motorista da família. Resolveu que voltaria dias após, de ônibus.
Uffa, assim sua mala chegaria bem antes que ela, e sem precisar carregá-la, visto que o peso da volta excedia sua capacidade física de movimentá-la, como sempre acontece.
Detalhe: porque mesmo na mala mais entupida de tralhas da ida sempre sobra espaço para mais alguma compra de novas tralhas da volta, uma roupinha que falta aqui ou o último modelito de sapato no mais alto estilo fashion dali.
Então, com todo cuidado , socou seus apetrechos recém adquiridos na viagem recomendando ao motorista especial tratamento para sua a mala algo VIP, alguns novos frascos de perfume, visto que a novidade da moda adquirida sempre é duma fragilidade extremamemte inovadora.
O que ela não sabia é que o motorista da amiga estava incubido de deixar, pelo caminho, uma outra mala de roupas em doação para uma família necessitada, orientando para levar o que não interessasse à famíia diretamente à igreja do bairro.
O distraído motorista, então, desovou as duas malas de idêntico modelo no mesmo endereço de destino às doações.
Putz!
Lá chegando assim me relatou muito indignada o depoimento do motorista:
" Avançaram nas malas! Soube que abriram as duas ao mesmo tempo e foi uma festa! Usaram todos os perfumes.
Em poucos segundos os produtos de doação se misturaram rapidamente com meus pertences. Todos da casa experimentando euforicamente as minhas roupas mais fashions encantados com o meu gosto tão chique-olha mãe, essa blusa é demais, é da última moda, essa é minha! Meus sapatos desfilaram em todos os pés. Até meu cobertor de estimação foi motivo de briga entre as crianças..."
Bem, a última notícia que me chegou dela é que estava lá na Igreja junto com o motorista garimpando alguns de seus queridos e prediletos pares de sapato que não couberam nos necessitados pés da família, como também procurando pelo seu aparelho de chapinha que sumiu... um recentemente trazido junto com as demais quinquilharias dos "states".
Eu, com muito cuidado, só ousei lhe perguntar:" e o sapato de oncinha você doou?
É que sei que ela tinha loucura pelo seu sapato de oncinha que carrega para todos os lugares há anos.
Soube que foi o primeiro par a ter novos pés...
"Pensa que ao menos você fez uma caridade fashion!", tentei reanimá-la.
Causo sério, esse que lhes conto.. Para uma mulher , então...é o fim.
Até que senti na pele o drama dela.
Mas aqui lhes confesso:
Enquanto me relatava o ocorrido com caras e bocas, tentei me segurar para não chorar de rir da sua divertida desgraça, convenhamos, algo meio que recomendada pela amiga do peito, e obviamnete que pensei em logo transcrevê-la aqui como "o causo sério das malas".
Cruzes, que maldade a minha...
O motorista, ainda a pedir mil desculpas pelo lapso, por um triz não foi despedido.