VIXI!!! QUE MER.. É ESSA?

Amigos do Recanto das Letras, desculpem-me por sair dos meus padrões, mas sem esses palavrões cotidianos, não haveria como escrever esta crônica. Se algum de vocês já passou por situação idêntica, vai me desculpar, tenho certeza.

Era domingo. Lavei o carro, passei cera, dei aquele brilho. Afinal eu ia me encontrar com minha namorada. Só não perfumei o carro porque esses aerossóis podem causar alergia, mas para compensar eu passei um perfume em mim que ela havia me dado. Nunca mais achei esse tipo de perfume. A gente o passava pelo corpo e ele era inodoro, mas à medida que você tinha seu corpo aquecido, ele exalava um suave perfume. Era um sucesso. Vesti minha melhor roupa de grife e fui para o namoro. Carro limpo e eu cheiroso. Mas a tragédia se anunciou quando parei em um semáforo e senti um cheiro desagradável de fezes que vinha de fora. O percurso era de dezessete quilômetros. Leitores, imaginem em quantos semáforos eu tive que parar. Em todos eu sentia aquele fedor, ora mais forte, ora mais fraco, mas era bem desagradável. Pensei: “Cagaram no mundo”.

Quando parei no portão de sua casa e desci do carro, primeira coisa foi examinar o sapato (o que todo mundo faz), mas percebi que o odor vinha mesmo do carro. Era noite e eu não tinha como lavar o carro. O carro dela estava com o irmão, então fomos ao cinema com aquele carro reluzente e “cheiroso”. Fomos a um cinema do Shopping Iguatemi, na época era o mais luxuoso shopping de São Paulo. Procurei um lugar isolado e lá deixei o carro com trava e tudo (não acredito que poderia ser roubado, pois espantava quem chegasse perto). Fomos ao cinema para assistir a um filme recomendado, mas a fila para a sessão das dez era enorme (era pouco mais das vinte horas e o cinema estava lotado), então como o carro não era o melhor lugar para ficar, entramos no cinema da frente que não tinha fila e o filme que passava era “Chamo-me Trinity”. Era mesmo para matar o tempo porque o passeio/namoro já estava cagado mesmo.

Valeu, pois rimos tanto de não precisar fazer abdominal para sentir dores (lembrei-me agora do japonês protagonista da minha crônica “Rir é o melhor remédio”) e por duas horas esqueci-me da “tragédia”. Mas quando apanhei o carro, gente, eu me senti num chiqueiro. Não sabia onde enfiar a cara.

Deixei a namorada em casa e nem namoro de portão aconteceu, pois o cheiro era insuportável. Eu pensava com raiva: “Por que tem que acontecer essas coisas, logo hoje, se a gente só se vê duas vezes por semana”? Agora só no próximo sábado. Voltei para casa com o “merdeiro”. Estacionei na entrada lateral da casa, próximo da cozinha e vi com uma lanterna que “flocos” estavam colados nos para-lamas dianteiro e traseiro do lado esquerdo.

Quando levantei, minha Mãe me pergunta:

“Che cosa è questo odore”?

Nessa época eu trabalhava no aeroporto e logo pela manhã fui a um posto e pedi que me fizessem uma lavada geral por baixo e pulverizasse com óleo de mamona e mostrei onde estava o foco, quando fui buscá-lo na hora do almoço, o frentista me fez a seguinte pergunta que eu não soube e não sei responder até hoje.

- Vixi, que merda é essa? Nunca senti fedor como esse!!!

- Eu também não sei, respondi.

Mesmo lavado e sem os “flocos” o cheiro persistiu, bem mais fraco, mas cheirava, ainda bem que no sábado que era dia do próximo namoro, estava tudo legal.

Santo Bronzato 07/8/2.013.

SANTO BRONZATO
Enviado por SANTO BRONZATO em 07/08/2013
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