Sim, porque não?
Olá, tudo bem? Permita-me apresentar-me:
Sou esse que não se preocupa em interromper os outros,
quando entende de se manifestar.
Apossa-se da conversa trazendo sempre alguma informação
que julga ser útil, mesmo não o sendo.
Desprovido de cerimônia, tem coragem de opinar,
discordar de ideias, quando ninguém se dispõe fazê-lo.
Quando um serviço não está sendo bem prestado,
cobra urgência e perfeição,
quase sempre com ameaça de recorrer à Justiça.
Sou quem protesta veementemente
contra os fura-filas.
Reclamo do preço de um produto ou serviço
que fora majorado; bem como,
recuso um artigo pela sua má qualidade,
sem qualquer receio.
Para mim bom tempo mesmo foi o que passou;
essa ideia de modernidade é coisa de futurista
que não tem muito o que fazer.
Sou aquele que acredita
que as coisas podem melhorar
a partir da não desistência de um propósito,
por mais difícil que pareça.
Sou o terror dos maus fabricantes,
a valia dos lesados,
o bastião dos prejudicados
e o calo dos espertalhões.
Aquele que cobra serviços de qualidade,
e não hesita em devolver o produto,
quando este não corresponde ao desejo de compra.
Aquele que liga quantas vezes achar necessário,
para reclamar de um serviço mal prestado.
Sou o observador
que orientou Santos Dumont
a registrar documentalmente seu invento,
quando ainda não se imaginava em reserva de patente.
O aliado que aconselhou Napoleão
a mudar de tática na batalha de Waterloo.
Também quem avisou Cristo sobre o instinto traiçoeiro
de um dos participantes da ceia.
Desculpe-me ter tomado seu precioso tempo,
é que minha mania é querer aprimorar as coisas.
Sem minha intromissão o mundo seria outro,
pra pior... claro. Ou será que não?
Muito prazer em conhecê-lo! Meu nome é...
Mas podem me chamar de chato.
É, eu sou o CHATO.