O PRÍNCIPE E A RÃ
Era uma vez um príncipe gordo e solteirão cavalgando pelos campos do seu reino. O pangaré sentindo o insuportável peso real sobre o dorso tropeçou. O soberano do principado teve queda iminente na beira da lagoa, pegando de surpresa a plateia de rãs, sapos e pererecas que assistiam o concerto lírico da tristonha rã-touro.
Lembrando das palavras da fada, a rã-touro teve motivos para estar feliz, interrompeu seu canto barítono. Enfim, seu príncipe havia chegado numa linda tarde de sol. Seu cântico foi ouvido trazendo livramento.
A rã-touro fez biquinho e ficou esperando o beijo do indeciso príncipe...
O príncipe, com mente confusa, sabia da parábola, não tinha certeza se viu no Google, no Youtube, ou no velho livro na estante da biblioteca palaciana. Estranhou um pouco aquela voz de macho parecendo mugido
O príncipe lembrou-se das noites mal dormidas, depois dos banquetes de mesa farta, manjares, danças e bebidas(aí que fome, pensou). Noites
insones navegando na internet, procurando motivos...não passava no pensamento que o amor da sua vida estava nos seus domínios, à sua frente. Ele parou por instantes, olhou para um lado, para outro, percebeu o pangaré copiosamente comovido...aproximou-se da rã, fechou os olhos e beijou-a longamente tentando esquecer a voz de macho que ela emitia...
O Príncipe e a Princesa casaram-se e foram felizes...!
Ao Pangaré, Assessor de Comunicação Social do Palácio Real, coube a missão de divulgar nas Redes Sociais:
_ "Ora pois, para alegria do povo e felicidade geral da Nação, Sua Majestade, o Príncipe Joaquim Manoel IV, encontrou o amor da sua vida..."
(Ninguém merece!)
Era uma vez um príncipe gordo e solteirão cavalgando pelos campos do seu reino. O pangaré sentindo o insuportável peso real sobre o dorso tropeçou. O soberano do principado teve queda iminente na beira da lagoa, pegando de surpresa a plateia de rãs, sapos e pererecas que assistiam o concerto lírico da tristonha rã-touro.
Lembrando das palavras da fada, a rã-touro teve motivos para estar feliz, interrompeu seu canto barítono. Enfim, seu príncipe havia chegado numa linda tarde de sol. Seu cântico foi ouvido trazendo livramento.
Por inveja da bruxa malvada e anoréxica, a jovem fora transformada numa rã-touro. Se viu perdida às margens da lagoa sem conhecer ninguém. Por emitir som de touro, as rãs ficaram temerosas pelo seu jeito macho de ser, resolveram integrá-la rapidamente na comunidade dos batráquios. As anfitriãs observaram nela apetite insaciável. Comia de tudo; insetos, pássaros, tartarugas, roedores, cobras, vegetais e outras rãs... se fosse o caso, principalmente quando sentia-se contrariada. No fundo era dócil, era menina que precisava se auto afirmar, ter vida normal... O crepúsculo daquela tarde fazia crer no despertar do angustiante pesadelo.
O príncipe caído esticou o braço gordo até sua bolsa de mantimentos, sacou o smartphone tirando fotos para postar no Facebook e Instagram. Nunca tinha visto rã-touro na vida, era espécime rara na região.
Cheia de charme, a rã-touro dirigiu-lhe olhar sensual, com voz grave de barítono falou:
Cheia de charme, a rã-touro dirigiu-lhe olhar sensual, com voz grave de barítono falou:
_Ó amado meu, estava escrito nas estrelas, sabia que meu senhor chegaria para me tirar deste sofrimento. Esperei tanto esse dia, agora vejo que as correntes deste martírio serão soltas. Teu beijo quebrará todo encanto, libertando-me desta carcaça, tranformando-me na princesa do teu reino...a tua amada.
A rã-touro fez biquinho e ficou esperando o beijo do indeciso príncipe...
O príncipe, com mente confusa, sabia da parábola, não tinha certeza se viu no Google, no Youtube, ou no velho livro na estante da biblioteca palaciana. Estranhou um pouco aquela voz de macho parecendo mugido
de touro. Recordou-se da frase no Facebook: "O segredo é não correr atrás das borboletas...é cuidar do jardim para que elas venham até você." O príncipe cavalgava nos seus termos, no "seu jardim". Foi o acaso...sim, o acaso e o pangaré que permitiram o encontro.
O príncipe lembrou-se das noites mal dormidas, depois dos banquetes de mesa farta, manjares, danças e bebidas(aí que fome, pensou). Noites
insones navegando na internet, procurando motivos...não passava no pensamento que o amor da sua vida estava nos seus domínios, à sua frente. Ele parou por instantes, olhou para um lado, para outro, percebeu o pangaré copiosamente comovido...aproximou-se da rã, fechou os olhos e beijou-a longamente tentando esquecer a voz de macho que ela emitia...
A rã-touro, para espanto geral, transformou-se numa Anta, o príncipe ficou emocionado por quebrar a magia da bruxa malvada. Deu abraço apaixonado na Anta, conduzindo-a ao palácio...
O Príncipe e a Princesa casaram-se e foram felizes...!
Ao Pangaré, Assessor de Comunicação Social do Palácio Real, coube a missão de divulgar nas Redes Sociais:
_ "Ora pois, para alegria do povo e felicidade geral da Nação, Sua Majestade, o Príncipe Joaquim Manoel IV, encontrou o amor da sua vida..."
(Ninguém merece!)