Guanhabuzamba - a cidade onde tudo pode acontecer

O cão de guarda da prefeitura

Devido ao crescente número de arrombamentos e furtos, a prefeitura de Guanhabuzamba (cidade fictícia) elaborou um projeto e encaminhou à Câmara Municipal, cujo texto propunha a admissão de um cão de guarda para pernoitar na garagem onde a frota de veículos municipais era guardada, prevenindo-se de larápios e vândalos.

Este cão , obviamente, teria custos com trato, alimentação, vacinas, licenças, seguro, etc. Para tal elaborou-se um orçamento X , que seria repassado mensalmente ao tratador do cão. O valor ficou mais barato do que contratar um vigia noturno devido aos encargos da profissão.

O projeto foi aprovado na Câmara e o cão, um rothweiller enorme, foi apresentado. Uma fera de tão bravo e agressivo. Babava-se de tão hostil e não era simpático a ninguém, nem ao tratador.

Todas as noites, pelas 19:00, era solto dentro da garagem dos veículos com a mesma técnica dos zoológicos: preso durante o dia, era libertado por uma portinhola de segurança. Para recuperá-lo, era atraído novamente para a cela com um naco de carne.

E assim se passaram os meses até que em certa data o Ministério Público de Guanhabuzamba deparou-se com uma denúncia inusitada. Após reflexão e constatação, o promotor assinou uma recomendação e enviou ao prefeito. Nela sugeria que substituísse o animal por outro. Motivo: segundo a denúncia anônima, o cão abanava o rabo, latia e contorcia-se alegremente no chão todas as vezes que via o prefeito passar pela janela da prefeitura, durante o dia.

Bastou para a suspeita de ... nepotismo.

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Dalmir Lott
Enviado por Dalmir Lott em 08/07/2013
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