O homem que não sabia contar.
A diretora do Colégio Estadual Manoel Severo, na sede do município de Maranguape, dona Fortunata, foi informada pela cozinheira que faltava açúcar para as crianças do turno da tarde na hora da merenda. Sabendo do problema, imediatamente, a senhora quarentona chamou o Laurindo, auxiliar de serviços gerais que exercia a função de porteiro.
- Vá até o mercantil e traga quatro quilos de açúcar. Não demore, por favor, porque a Doralice precisa dele para fazer o refresco das crianças.
- Pode ficar tranquila, dona Fortunata! Vou num pé e volto noutro!
E assim deu. Laurindo saiu e, depois de rodar pelo Centro e pela Guabiraba, até nas bodegas, voltou depois de umas três horas, sem os quatro quilos de açúcar.
- Mas, Laurindo, o que aconteceu?! Tive de mandar a Doralice à rua para comprar o açúcar, porque você demorou... Onde você estava, homem?
- Ah, dona Fortunata! Eu procurei em tudo quanto foi mercantil e bodega, mas só encontrei pacotes de um, dois e cinco quilos. De quatro, eu não encontrei, não!