A morte da Ex.

Morava em Porto Alegre, vou contar minha história antes de vir para Dom Pedrito começar uma Nova Vida.

O nome dela era Cleidiane e tinha oitenta e dois anos, foi um amor avassalador e à primeira vista quando olhei diretamente para sua carteira cheia de dinheiro, e também descobri que ela era dona de um Sex shop.

Para conquistá-la, disse que ela não precisaria mais usar vibradores pois eu seria o seu brinquedinho sexual. Então ela disse que não precisava de vibradores pois gostava de coisas grandes como uma vassoura, então fizemos um casal perfeito pois unimos o útil ao agradável.

Cleidinha dizia que meu sorriso era sincero e eu dizia a ela que a mesma tinha um sorriso brilhante por ter dois dentes de ouro , era lindo de se ver -quando a dentadura não caia-.

Certa vez, descobri mensagens no celular dela , era o amante. Resolvi segui-la e ver quem era o Ricardão, mas para minha surpresa era a sua enfermeira, a Jonicilda, eu não acreditei porque ela havia me trocado por uma mulher, foi então que descobri que ela gostava de aranhas e não cobras.

Meu mundo desabou porque eu estava perdidamente apaixonado pelos dentes de ouro, o carro, a mansão e a carteira de Cleidiane. Decidi me vingar. À noite quando estávamos prontos pra dormir ela chegou até mim e dizia querer que eu apagasse seu fogo, nunca fui de negar seu pedido, mas naquela noite eu estava pronto para o pior, pronto para matá-la. Ela achou estranho mas não reclamou, ela acreditou na velha desculpa da dor de cabeça e então virou-se, tirou a dentadura e pôs no copo. Depois , levantou-se para tirar a peruca e o sutiã, logo após tirar o sutiã, senti pena dela pois ela havia dito que sentiu um calafrio quando sentiu o chão gelado. Depois deitou-se, desnuda, como sempre e ligou seu aparelho de respiração, com o tempo acabou dormindo. Eu aproveitei o momento e decidi me vingar por tudo, peguei o travesseiro e fui sufocá-la, mas não adiantou pois os aparelhos respiratórios estavam ajudando a mantê-la viva, foi então que eu resolvi desligar-los e ela morreu. Na cama, nua, e sem a dentadura.

Fugi para cidade onde agora moro há anos, e nunca mais encontrei uma paixão como a minha pela Cleidinha.

Alê Albrecht e Luiz Lispector
Enviado por Alê Albrecht em 16/06/2013
Reeditado em 16/06/2013
Código do texto: T4344210
Classificação de conteúdo: seguro