MADALENA
Hoje, chamei um profissional para resolver um problema em casa. O homem não tem a mão direita. Enquanto conversávamos, as crianças bisbilhotam ao redor, tagarelando, fazendo perguntas, atrapalhando.
Em dado momento, senti falta da Madalena. Porém ainda não tínhamos terminado o assunto. Precisávamos acertar o que fazer e o que pagar. Feito isto, fui até a cozinha.
Na porta dos fundos, de costas para a rua, Madalena, de três anos e sete meses, segurava os marcos, parada, de olhos arregalados. Sentindo algo estranho, perguntei-lhe:
— O que houve?
Ficou na mesma posição, olhando-me por segundos antes de responder, com voz trêmula:
— Tenho medo.
— De quem?
— Do titio.
— Por que, amor?
— Ele não tem mão.
Coloquei-a no colo, num carinho.
— É. Não tem. Mas não precisa ter medo. Ele é bonzinho.
Não argumentou. Ficou me olhando, depois lascou:
— Como é que ele fecha o cinto?
Em dado momento, senti falta da Madalena. Porém ainda não tínhamos terminado o assunto. Precisávamos acertar o que fazer e o que pagar. Feito isto, fui até a cozinha.
Na porta dos fundos, de costas para a rua, Madalena, de três anos e sete meses, segurava os marcos, parada, de olhos arregalados. Sentindo algo estranho, perguntei-lhe:
— O que houve?
Ficou na mesma posição, olhando-me por segundos antes de responder, com voz trêmula:
— Tenho medo.
— De quem?
— Do titio.
— Por que, amor?
— Ele não tem mão.
Coloquei-a no colo, num carinho.
— É. Não tem. Mas não precisa ter medo. Ele é bonzinho.
Não argumentou. Ficou me olhando, depois lascou:
— Como é que ele fecha o cinto?