SE TRANSAR TEM QUE CASAR

Certo dia andando pelas ruas encontrei-me com uma pessoa que há anos não via. Lembrei-me de um “deita e rola” não consumado que tive com ela. Naquele tempo a gente tinha medo: se transasse com uma moça e se seus pais ficassem sabendo a gente tinha que casar. Então ficamos só no amassa, amassa.

Ela se casou e mudou-se para outro estado. Tempos depois, através de seus familiares fiquei sabendo que ela tinha se separado. Quase quarenta anos depois eu a reencontrei. Ainda estava bonitona, conservada. Ela foi me vendo e me reconheceu. Graças a Deus, eu me sinto tão bem fisicamente que às vezes me esqueço que os anos me chegaram ás catadupas. Quando me olho no espelho me assusto. Quando era jovem era metido a conquistador e mesmo depois de velho ainda penso que sou galã de novela mexicana. Depois de cumprimentá-la dei-lhe uma boa examinada e notei que ela ainda dava para o gasto, perfeitamente “comível”. Lembrei-me de como eu era um galanteador barato, gostava de fazer elogios com segundas intenções.

Logo disse a ela:

-Menina o clima de onde você mora ou é muito bom, ou alguém está cuidando muito bem de você, você está mais bonita do que quando te conheci...

Ela com um sorriso de orelha a orelha, disse se desmanchando toda:

-Bondade sua, mas são seus olhos que me vêm assim...

Eu além de galanteador barato também não perco uma oportunidade de fazer uma gracinha, disse rindo:

-Realmente meus olhos já não são o que eram... Mas tirando a miopia, o astigmatismo, o daltonismo e o pterígio, ainda estão muito bons...

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 06/05/2013
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