O famoso burrão .
O meu tataravô tinha um carroção de quatro rodas que foi um presente da princesa Isabel, esse carroção foi usado pela própria princesa no dia em que ela assinou a lei áurea, por isso, os fazendeiros daquela região já havia feitas varias propostas para meu tataravô vender aquela relíquia, mas pelo valor sentimental que ele possuia por aquele carroção,por dinheiro nenhum ele o vendia.
Até que surgiu uma proposta de um fazendeiro milionário, que fez com que meu tataravô desprezasse todo o seu ego sentimental, o fazendeiro compraria a fazenda que meu tataravô trabalhava e dava para ele em troca do tal carroção.
_só se o negocio for feito em cartório, disse já soluçando meu tataravô.
O fazendeiro respondeu que as nove horas do amanhã seguinte seria concretizado o negócio, mas se houvesse algum atraso consideraria o negócio desfeito.
_tudo bem as nove no cartório estarei, mas esse meu burrão preto e branco não vai junto, esse eu não vendo, nem que você me oferecer o mundo.
O fazendeiro respondeu que não queria saber de levar um burro velho para sua fazenda que só tinha animais de raças e que ele nem queria burros lá.
O meu tataravô arriou o carroção e correu no sitinho do meu bis avo para levar a notícia, e os dois comemoraram muito e beberam muitas cachaças , quando caíram em si já eram seis horas da manhã e tinham apenas três horas para voltarem , então o meu tataravô, que quando havia chegado tinha soltado o burro para pastar,saiu a procura do burro para ir embora,mas procuraram e procuraram e não o acharam , então entraram em desespero por que já eram quase seis e meia da manhã e eles tinham menos de três horas para voltarem, pois estavam a 200 km da casa do meu tataravô.
Como meu bis avo não tinha nenhum animal para arriar o carroção de quatro rodas meu tataravô já deu por perdido a sua fazenda quando meu bis avo teve um idéia :
_não é por causa desse burro velho que vamos perder a fazenda, vamos fazer o seguinte, pai você segura em uma vara e eu na outra e se tivermos sortes chegaremos lá antes das nove.
E saíram em uma velocidade, que acho que nem os cavalos mais velozes da região seriam capazes de acompanha-los, depois de 200 km de estrada ruim, com muitas pedras e buracos chegaram ao local marcado em um tempo recorde, fizeram em menos de duas horas e meia esses 200 km.
Chegando lá foram recebidos pelo fazendeiro que cumpriu com a sua promessa, fazendo de meu tataravô, um grande fazendeiro, porém , quando ele foi pegar o carroção , fez essa observação:
_você não me disse que o burro está fora do negócio? Eu não quero esse burro velho não.
Assim respondeu triste meu tataravô:
_o meu burrão foi roubado ou fugiu a uns 200 km atrás, e já perdi a esperança de encontra-lo.
_Ah é mesmo, e de quem é esse burrão velho dormindo aqui dentro do carroção?
Foi aí então que meus parentes perceberam a besteira que fizeram,carregando o burrão por 200 km dentro do carroção.
-Eu já vi burros carregarem homens , mas homens carregarem burro essa é a primeira vez,disse isso e gargalhou sem parar o fazendeiro.
Nossa o que a ansiedade não faz correram duzentos km com o burrão dentro do carroção e nem perceberam, procuraram em todos os lugares, menos onde o burrão estava, dentro do próprio carroção dormindo.
¬Luiz Antonio Ramos .