O MUNDO NADA PERFEITO ("TRANSTORNO A BORDO").
O MUNDO NADA PERFEITO (“TRANSTORNO A BORDO”).
(Autor: Antonio Brás Constante)
Às vezes a realidade é tão vasta, que para se conseguir condensa-la em um único universo é necessário transforma-la em ficção. Foi através dessa idéia que surgiu uma localidade única (batizada pelo nome de “Jangadas do Rio Podre”), com problemas e particularidades que podem existir em qualquer parte do mundo (talvez até em múltiplos universos), mas que, ao se mesclarem, tornam-se parte deste reino horripilante de fantasias. (ATENÇÃO: por ser um mundo de ficção, qualquer semelhança com seu país, estado, cidade, bairro, rua, ou sistema solar, terá sido mera coincidência).
Jangadas sofre de várias maneiras, pois carrega o fardo das desgraças de tantos planos de existência. Ainda não faz muito tempo que o maior rio da região (conhecido como “Sineta”) foi brutalmente agredido, sendo vítima dos letais detritos industriais, jogados sem piedade em suas águas, por algumas empresas dos chamados distritos industriais. Muito alvoroço, muita indignação, mas os culpados (tanto de terem derramado, como de não terem fiscalizado), ainda não foram devidamente castigados.
Quem pensava que aquilo era o fim da picada, percebeu que era só o início dos ataques da mosquitada. Pois, a agressão sofrida transformou-se em perda de milhares de peixes, boiando sem vida em águas poluídas. Sem peixes, o ciclo da natureza se rompeu e o que outrora servia de alimento, em enxames de insetos se converteu, causando dor e sofrimento a uma população em desalento.
Em meio ao caos cotidiano, por que não piorar ainda mais a situação? Como? Criando um sistema de transtorno humano... Digo, de “transbordo urbano”. Algo inovador em algumas partes do mundo, mas que em Jangadas se tornou aterrorizante, pois faltou infraestrutura, preocupação com o cidadão, e muito planejamento, se transformando em um descaso ao cubo, o que antes era chamado de transporte público. O resultado alcançado se traduziu em amontoados de pessoas aborrecidas e atrasadas, em imensas paradas deixadas. Pois elas necessitavam dos ônibus para trabalhar (buscando além do próprio sustento, os muitos impostos pagar), estudar, etc.
O projeto de tal sistema parecia ter seguido a linha das promessas políticas, perfeitas na teoria, porém, desastrosas na prática. Bastaria que o poder público de tal lugar utilizasse a lógica para ver que um sistema implantado assim, não iria funcionar. Pois “transbordo”, nos faz pensar que algo está tão cheio que começa a vazar, e se está vazando é porque não está fluindo. Quando algo não flui como deveria é porque existe algum tipo de entupimento. Entupimentos acontecem geralmente em canos (daí percebe-se que a idéia já entrou pelo cano). Canos (mesmo entupidos) tendem a desaguar em fossas. Ou seja, algo assim, projetado para que o povo ficasse transbordado e transtornado, só poderia acabar terminando em algo similar aos materiais encontrados nas referidas fossas.
Mas fique tranqüilo, somente em reinos de ficção poderiam existir gestores tão (ir)responsáveis pelo sistema de transporte da população, ao ponto de demonstrarem ser adeptos da frase: “falem mal ou falem muito mal, mas falem ainda pior de mim”.
Enfim, como não vivemos em um mundo de fantasia, onde tantos horrores acontecem, vamos esperar que fatos como os descritos acima nunca ocorram, mas se acontecerem, que saibamos devolver na mesma moeda (o voto), nunca mais elegendo nem para síndicos de prédios, administrações compostas por tais personalidades.
(SITES: www.abrasc.pop.com.br e www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)
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