MACHADO DE ASSIS, CABELO NA SOPA, O POETA E SUA ESPOSA

Aquele cidadão metido a poeta, tinha verdadeira adoração pela obra de Machado de Assis, como uma traça, devorara toda a obra, lendo e relendo-a. Lia tudo a respeito do escritor. Certa vez lera em alguma parte uma coisa que achou interessante:

Machado de Assis, metodicamente todas as sextas-feiras, ia a um restaurante e pedia uma sopa de aspargos. Após tomar a sopa deixava sempre uma gorgeta para o garçom. Certa vez ele após tomar a metade da sopa, viu boiando na mesma um enorme fio de cabelo. Parou imediatamente de tomá-la. Deixou ao retirar-se a costumeira gorgeta para o garçom. O rapaz estranhou o fato da sopa ainda estar pela metade, junto com o dinheiro viu um lacônico bilhete que dizia:

“Amigo garçom, diga ao(a) cozinheiro(a) que adoro sopa de aspargos e cabelos louros, mas separados”...

Certo dia o poeta chegou á casa para almoçar, sua esposa havia saído e deixado um bilhete dizendo que fora à casa de sua mãe, que o prato dele estava pronto na geladeira, era só levá-lo ao forno microondas. Assim o fez, após as primeiras garfadas notou um interminável fio de cabelo enroscado no meio da comida. Como estava com muita fome jogou fora o cabelo e voltou a comer. Em vão. Começou a ter engulhos. Jogou fora a comida e fez um sanduíche. Ao sair deixou um bilhete em forma de quadrinha para a esposa:

“Admiro seus cabelos,

Sedosos, cor de açafrão;

Mas eu não quero vê-los,

Nem no arroz, nem no feijão”...

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 15/04/2013
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