Ela e o tanque de gasolina
Ela sempre esquecia de colocar gasolina. Vivia meio distraída, sempre meio agitada, sempre meio esbaforida e sempre tão tão meiga e ingênua. Vê-la dirigindo é algo engraçado, toda apressadinha manuseando seu volante como quem está apenas brincando. Então, ela sempre esquecia de colocar gasolina em seu compacto carro. Chegando ao posto na força total das últimas gotas de combustível, iniciou-se A busca. Na busca existiam três personagens, todas mulheres. Ela, sua filha e a frentista. Como? Como abrir o tanque de gasolina? E procura, procura, procura. A filha ao mesmo tempo que lançava sua lanterninha em todos cantos do carro a procura de um santo e inexistente botão olhava aquela cena e se matava de rir por dentro. As três tateando em busca de algo que parecia nunca ter estado ali. Não era a primeira vez que abastecia, mas toda vez que ia se abastecer aquele carrinho parece que se desaprendia. Pois bem, depois de muita luta e provavelmente uma ajudinha divina, o tanque milagrosamente abriu. Nenhuma das três sabe como. Nenhuma das três descobriu qual era o botão. E na próxima abastecida talvez a cena se repita. É assim mesmo, a vida é cômica quando se tem a marcante presença dela.