A SUPOSTA AMANTE BANGUELA

O nome dela era Maria Eduarda Gabiroba, ela quase espancou o marido, o então Erídio Gabiroba. O caso foi registrado em Carapicuiba. Tudo iniciou quando numa manhã de sábado, como costumeiramente faziam, lavar o carro. Maria Eduarda, se pôs na tarefa de tirar os tapetes do carro. Dar uma geral para em seguida passar o aspirador de pó. Quando a cidadã abriu o porta-luvas para a limpeza, encontrou uma dentadura, a parte de cima da mandíbula. Estranho. E o mais estranho que havia um chiclete mascado, preso entre os dentes da dentadura.

A primeira atitude da esposa foi se perguntar o que aquilo poderia estar fazendo ali. Porém seu sangue ferveu. Foi direto ao marido Erídio, saber o dele o porque daquela dentadura, com um chiclete grudado dentro do porta luvas do carro. Segundo a própria Maria Eduarda, ela não usa dentadura, sua mãe não usa dentaduras... Lembrou-se que apenas um tio que mora em Sales usa dentadura, portanto, o mistério estava formado.

O marido não disse coisa com coisa. Diante da falta de explicação, começou o desentendimento. Erídio pedia calma. Maria Eduarda retrucava: como podia ter calma, com aquela maldita dentadura no porta luvas do carro. Erídio só podia estar tendo um caso, e com uma amante banguela. Maria Eduarda tentou acertar o marido com a mangueira dágua, mas num movimento brusco ela mesma acabou se acertando com a ponta do esguincho, o que a deixou mais furiosa. Apanhou um dos pares de uma bota sete-léguas que estavam ali próximas do carro e arremessou em Erídio Gueiros, mas ele desviou.

Maria Eduarda sempre gritando: “quem é essa sua amante banguela? Fala pra mim.”

A polícia militar foi chamada através de vizinhos. Foram prestar depoimento na DP. O delegado Odorico Raposão pediu um exame do DNA do chiclete preso na dentadura. E para surpresa de todos o resultado bateu com o seu Olegário, vendedor de algodão doce, que segundo o próprio Erídio dissera na sua explicação e a esposa na sua fúria não queria ouvir, deu uma carona a ele até o Ceasa.