CANOIC
Eis que estava ela em pé na proa da canoa
De braços abertos , sorriso esperto
sentindo a brisa quente do sertão ardente
e o que acontecerá no sertão do Ceará?
-Zé ! - Grita ela moribunda. -É a Raimunda.
De repente uma pedra rude no meio do açude
A canoa racha derrubando a cachaça
Sobe a água imunda e a canoa afunda
Cai na água o coração perfeito, outrora no peito
da turbalina azul encontrada e lapidada
no leito do rio seco, desfeito e imperfeito
como amor tido no Canoic à madrugada, embriagada
E tal pedra afunda na escuridão profunda
dando jeito torto àquele sorriso morto
Raimunda agora voa, mas não mais na proa
Virou anjo no céu, de asa e véu