O prolixo e o lacônico
Reproduzo aqui em primeira edição, sem mais nem menos, nem tão pouco nem demais, uma das raras mas atuais, conversas entre o prolixo “Tomaz “e o lacônico “ Não Loquaz”.
E falou o Tomaz para o Não Loquaz:
- Nesse momento qualquer medida preventiva do governo não será bastante para impedirem os desabamentos de terra que provocam as chuvas pesadas no sudeste!
- é, é ineficaz!
- Todo mundo está cansado de saber que as pessoas não devem morar perto de encostas devido aos perigos dos deslizes dos morros, mas ninguém obedece e continuam construindo casas e barracos na boca do perigo!
- é, é pertinaz.
- passam o ano inteiro sem perigos e pensam que no verão a coisa vai ser igual, se iludem com as chamadas precipitações passageiras.
- é, é fugaz.
- esse povo devia proceder de forma diferente e a moda do evangelho de Jesus, construir suas casas sobre rochas e não ao lado de encostas de barro vermelho.
- é, é sagaz.
- por mais que se ensine, por mais que vejam o que acontece com os outros, pensam que catástrofes assim nunca vão acontecer com eles.
-é, é audaz.
- os avisos existem, e defesa civil faz o que pode e tenta chegar a tempo mas, água não espera e ribanceira não respeita barraco nem mansão.
É, é quase assaz.
- devia haver uma lei para retirar essas pessoas nos tempos de estio e colocá-los em lugar seguro.
- é, uma capaz.
- mas os políticos iam ter muitos gastos e isso não interessa muito no momento,... a eles interessa gastar só em eleições, e estas só acontecem geralmente na primavera.
- é, é suspicaz.
- mas os temporais estão aí, já começam a aparecer ventanias, tempestades, quase furacões, em qualquer época do ano, e tudo é perigoso.
- é, é minaz.
- não se pode confiar em nada nos dias de hoje, nem em governo, nem em tempo bom nem em ninguém estranho. O perigo é cada vez maior e quase sempre desagradável,
- é, é falaz.
- não sou candidato a nada mas se eu fosse , a população ia ver com era que eu governava, ia ser como na época da ditadura, mas depois o povo ia me agradecer pela ordem mantida e a segurança.
´- é, é famanaz.
- meu caro amigo tenho observado que você se manteve esse tempo todo quase sem falar, mas sempre concordando comigo, até parece meio irônica essa nossa preleção, não?
- é, é mordaz.
Mas mudando de assunto olha aquela figura que passa ali, parece mulher por ter seios fartos, mas tem pés muito grandes, ombros largos, desconfio que seja uma androide...
- é, quase rapaz.
- você é sintético de mais...
- não, meu nome é Não Loquaz, mas sou seu amigo, Tomaz!