DEBOCHADA
Ergueu os olhos e me olhou na face.
As sobrancelha para o alto saltou.
O vento ajuda soprando a franja com classe.
De nariz arrebitado a face não relaxou.
Serrou os lábios para a esquerda.
Que um sorriso sem graça soou.
Desceu os olhos com cara de safada ninfeta.
E tão de lado tudo ela notou.
Piscou os olhos e olhou a sua frente.
Os olhos cerrados permaneceu.
Buscava o nada enquanto o destaque.
Da face lisa prevaleceu.
Tão debochada e incomodada.
Tão desprezível, tão destinada.
A fazer por onde passava.
Ser a atenção unificada.
O limo cortante bem ali estava.
Silencioso, invisível dessala.
Não se percebe o quão bem se destaca.
Em poucos segundos no chão já estava.
Volto-me a rir tão bem eu confesso.
Que emocionante estar-me tão bem.
Quando se encontra alguém tão supérfluo.
Logo se orgulha de ser o louco único.
Que não parece com ninguém.
Valéria C. Ribella
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DE Valéria Carvalho Ribella
Poesia - (DEBOCHADA)
Revisão e Arte Filosófica Valéria Carvalho Ribella
Fixação de Texto Valéria Carvalho Ribella
Diagramação e Arte em Designer Photográfica Mércio Ribella Jr
REALIZAÇÃO - BAND THE NEXTS
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