UM VIÚVO "CABRA" DESARRETADO!
Ele era um daqueles homens conhecidos como "cabra arretado".
Nascido lá pras bandas dum sertão longínquo, era incontestável marido duma mulher só, mas era o "cabra-macho" de inúmeras outras delas.
Nada de tão diferente para aquelas bandas distantes, aliás, diferente mesmo era ser um marido monogâmico...quase um sacrilégio ao sexo masculino...e ao feminino também. Afinal, lá nas culturas de lá, homê dos bom mesmo é o que tem mulé a vontade...é como um troféu para a mulherada.
Ser o tal cabra era chique! Sinal de poderio, de sucesso na vida, de consideração.
Em casa era algo criterioso com gastos: poucos custos, tudo nos conformes,filhos na rédea, tudo para economizar para o forró, mas as tais tarefas de "mulé, nem pensar, com ele nem pensar! Era um cabra macho!
Enquanto a mulher roçava o campo seco quase o dia todo, sob um sol a pino, ele se esbaldava contando seus "causos" de homem arretadamente machíssimo de tão grande...
Dia desses soube que ele subitamente ficou viúvo. Contava que dona Anastácia fritou os miolos no sol e o sangue "explodiu na cabeça"!
Chorou um pouco para fazer os protocolos de marido inconformado, e tão logo despachou a finada defunta, foi para a farra do forró chorar o tempo perdido, com as moedas que herdou da suada pensão da falecida.
Agora era um cabra arretado de rico! Tinha a liberdade sem restrições protocolares. Lá se ia ele eternamente a se esbaldar com as meninas "NOVAS" encantadas com a sua pensão de viúvo rico.
Bem, cada qual que se vire como pode...mas depis não vale chorar a moeda derramada.
Há pouco, mais precisamente no "dia internacional das mulheres" me chegaram curiosas notícias suas: soube que ele anda furioso porque há dias teve que reformar a cova da falecida defunta.
Prontamente reclamou para a filha: "Eita bode véio, que sua mãe só me dá despesa..."
Então ouviu assim: "Ô pai, vê de desarreta! Minha mãe ainda continua pagando as contas dela "em dia"...mesmo depois de defunta.
(caso verídico)