Houve um evento que marcou muito a minha infância. Foi a inauguração do primeiro supermercado da cidade. Ele não existe mais e o prédio que à época para mim era imponente, hoje, vejo que nem tanto. Mas, era a sensação do momento. Desde a sua construção – o primeiro prédio de primeiro andar – já era o assunto mais comentado e a gente não via a hora de ser inaugurado aquilo que seria o de mais moderno na nossa pequena Triunfo de cerca de setecentos habitantes (zona urbana na década de setenta).
Finalmente o grande dia. Estávamos lá no domingo à noite, após a missa, para a inauguração do grande empreendimento. Não lembro o nome do supermercado, mas não haveria de esquecer o seu proprietário, o comerciante bem sucedido, Pedro Trajano. Tudo era um sonho para mim. As gôndolas azuis de madeira revestidas de fórmica (hoje ultrapassadas), os produtos que até então não existiam nas bodegas e é claro a grande novidade de que o próprio freguês é que ia se servindo – era até estranho para nós.
Depois das bençãos, foi liberado para as primeiras compras. Um tio materno, encosta próximo ao meu pai, meio sem jeito, e pergunta: “Por que todo mundo tá comprando essas cestinhas... São baratas?”. Meu pai explicou que aquelas cestas eram do próprio supermercado e só serviriam para levar os produtos até o caixa.
Já eu só tinha olhos para a prateleira dos chocolates. Que eu lembre, foi a primeira vez que vi um de perto. Liberado, coloquei alguns daquela seção, mas o que mais me atraiu estava em outra parte do supermercado. A embalagem amarela e bem apresentável, me fez pegar uns cinco destes.
Ainda na ida para casa, com as minhas compras já no bolso, fui tratando de comer uma guloseima daquelas. Não me lembro de ansiedade maior que aquela. Foram três ou quatro mordidas e eu cuspi o chocolate: “Eca! Pensei que chocolate foi coisa melhor!
Não quis mais saber dos outros e passei bom tempo sem querer nem ouvir falar em chocolates. Até que um dia eu descobri que aquilo que eu comprara eram os famosos tabletes de caldo de carne knorr. Coitado, além de não conhecer chocolates eu não sabia ler bem ainda!
Finalmente o grande dia. Estávamos lá no domingo à noite, após a missa, para a inauguração do grande empreendimento. Não lembro o nome do supermercado, mas não haveria de esquecer o seu proprietário, o comerciante bem sucedido, Pedro Trajano. Tudo era um sonho para mim. As gôndolas azuis de madeira revestidas de fórmica (hoje ultrapassadas), os produtos que até então não existiam nas bodegas e é claro a grande novidade de que o próprio freguês é que ia se servindo – era até estranho para nós.
Depois das bençãos, foi liberado para as primeiras compras. Um tio materno, encosta próximo ao meu pai, meio sem jeito, e pergunta: “Por que todo mundo tá comprando essas cestinhas... São baratas?”. Meu pai explicou que aquelas cestas eram do próprio supermercado e só serviriam para levar os produtos até o caixa.
Já eu só tinha olhos para a prateleira dos chocolates. Que eu lembre, foi a primeira vez que vi um de perto. Liberado, coloquei alguns daquela seção, mas o que mais me atraiu estava em outra parte do supermercado. A embalagem amarela e bem apresentável, me fez pegar uns cinco destes.
Ainda na ida para casa, com as minhas compras já no bolso, fui tratando de comer uma guloseima daquelas. Não me lembro de ansiedade maior que aquela. Foram três ou quatro mordidas e eu cuspi o chocolate: “Eca! Pensei que chocolate foi coisa melhor!
Não quis mais saber dos outros e passei bom tempo sem querer nem ouvir falar em chocolates. Até que um dia eu descobri que aquilo que eu comprara eram os famosos tabletes de caldo de carne knorr. Coitado, além de não conhecer chocolates eu não sabia ler bem ainda!