Memórias de um metalúrgico

Memórias de um metalúrgico

Autor: Marcos Arêas

Introdução

As estórias (ou histórias?) que serão apresentadas neste livro, para muitas pessoas soarão como simples recordações de uma época, enquanto que para outras, terão o sentido de casos que normalmente ocorrem em organizações modernas, onde estão presentes as mais diversas espécies culturais.

Quando escrevo “estórias ou histórias?” é porque os fatos são reais e assim quero que existam as duas conotações: estórias, para aqueles que irão ler este livro por diversão e lazer e histórias, para aqueles que, quando lerem, infalivelmente buscarão as imagens em um canto da memória, pois lembrarão que as mesmas existiram.

Uma organização moderna, com seu sistema de departamentalização e divisão do trabalho, traz, em seu quadro de colaboradores, os mais variados tipos de personalidades e isto é que faz a sua dinâmica.

Os casos que seguirão são resultados de anotações e memorizações de um período de 27 anos vividos e trabalhados em diversos setores de uma empresa metalúrgica da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Por ser uma empresa multinacional, nos seus primórdios tinha grande número de pessoas que compunham sua administração advindas tanto de seu país de origem como de outros como Espanha, Argentina, Chile, Itália, Portugal, Índia, etc. E isto por si só, já era um item curioso devido às confusões nas interpretações das palavras tanto de um lado como de outro.

Como a vida do trabalhador brasileiro é de arrocho salarial, falta de tempo devido à exploração capitalista, este livro não é composto por capítulos, mas por partes independentes, para que os leitores possam ler um caso hoje, outro amanhã, sem terem que amarrar o fio da meada como na leitura de um romance ou de um conto policial; aqui, a intenção é o lazer; assim, sem delongas, fecho esta introdução e espero que os leitores tenham bons momentos.

E como nossa vida é composta pela vivência com os mais variados tipos de personagens, cada parte deste livro levará o nome de um deles; logicamente, não lembrarei de todos neste primeiro volume, mas haverá o segundo volume e quem não estiver aqui poderá estar lá.

Pacotão (in memorian)

Caso 1:

Para o primeiro caso quero fazer uma homenagem ao amigo Pacotão (in memorian).

Ninguém sabe a razão deste apelido “Pacotão”. O fato é que o conhecemos no início dos anos 80 e convivemos com ele por longos anos e apesar de sabermos seu nome, todos o conheciam e o chamavam era pelo apelido. Era um cara legal, que tinha um bom relacionamento com todos os colegas de trabalho, mas tinha uma brincadeira que ele gostava de fazer com o pessoal, que era o seguinte: como ele usava barba, chegava por traz do colega, segurava firme e esfregava o cavanhaque no cangote do sujeito. E foi numa dessas que ele se deu mal; saindo da empresa numa tarde, viu uma pessoa no trailer comprando um maço de cigarros, chegou, segurou o cara e mandou o cavanhaque e tá que esfrega para um lado e pro outro, quando o sujeito vira p. da vida e aí então é que o nosso amigo Pacotão viu que tinha se enganado.

Que fria, heim?

Caso 2:

Outro detalhe do Pacotão era o paletó, aquele paletó que já não tinha mais uma cor definida e que trazia uns furos de queimados de cigarro na região dos bolsos, e que ficava a maior parte do tempo pendurado no encosto da cadeira, tipo funcionário público.

Coalhada

Caso 1:

Houve uma figura muito interessante que também marcou época; foi o tal do Coalhada; não é o personagem criado pelo famoso Chico Anísio, mas o apelido foi inspirado nele.

Primeiro vamos recordar como foi que o sujeito levou o apelido de Coalhada: Época de competição de futebol de salão entre os vários setores da empresa, o pessoal motivado para as disputas e logicamente cada equipe tinha seu técnico e também o atleta que o pessoal depositava toda a confiança e acreditava que ia fazer bonito no campeonato. Aí então surge aquele cara, com cara de atleta e com papo de atleta, fazendo embaixadinhas e parecendo que tinha aquele toque de bola. O técnico do time era um alemão, então chefe do setor, e levando a maior fé no atleta, que até então não tinha o apelido de Coalhada. Enfim chega a data do primeiro jogo e após o expediente o pessoal se dirige para a praça de esportes. A primeira partida tem início e o nosso atleta, que jogaria na segunda rodada, já começou a fazer os aquecimentos, alongamentos, caretas, pulinhos pra lá e pra cá, e o técnico acompanhando tudo, admirado. E chega a hora do jogo. O juiz apita e o pessoal começa a correria normal de uma partida de futebol de salão. A expectativa era para a primeira participação do nosso atleta. E não demorou muito a acontecer; com dez minutos de jogo a bola veio parar nos seus pés, dominou bonito e quando foi chutar, escorregou na bola, caiu de bunda no chão, rolou para a esquerda e para a direita, fazendo careta, o resto da equipe chegou preocupado, querendo saber se tinha machucado e então o cara se levanta, começa a mancar, olha para o técnico e faz o sinal típico de substituição. O alemão então, com cara de decepção e com sotaque carregado, disse: Você é um verdadeirra Coalhiada!!! (agora se referindo ao famoso personagem vivido por Chico Anísio).

E com isso nosso colega atleta ganhou o apelido de Coalhada, que carrega até hoje.

Este Coalhada é um personagem do dia-a-dia, aquele cara que está em todos os lugares. Qualquer assunto, qualquer acontecimento, ele estava por perto e tinha visto algum detalhe que nem os repórteres tinham observado.

Caso 2:

Outro acontecimento que marcou a passagem do Coalhada pela empresa foi o dia do acidente de trânsito na barragem da Pampulha; ele tinha um Passat TS e gostava de andar sempre acima da velocidade permitida. Numa tarde, de volta do trabalho, passando pela barragem da Pampulha, com trânsito carregado, antes da duplicação da barragem, o Coalhada esbarra na traseira de um automóvel, o motorista sai do carro agitado, o Coalhada pega uma garrucha de dois canos que trazia no porta luvas e sai dando bronca e exibindo a garrucha para o motorista nervoso; o motorista, vendo a garrucha, dá um passo rápido em direção ao Coalhada, toma a garrucha da mão dele, abre a barguilha, põe a ferramenta pra fora, mija na garrucha e a joga dentro da lagoa. Nosso amigo entra na lagoa desesperado, procurando a garrucha e resmungando: ô cara, minha garrucha vai enferrujar toda, não precisava fazer isso, ela nem funciona. Moral da história: a gente tem que saber pra quem puxar uma arma, senão........

Caso 3:

Foi naquela tarde de chuva, quando toda a área externa da empresa ficou cheia de lama, pouca luz e mal dava pra ver onde pisar com firmeza. Hora da janta, o pessoal da hora extra vai para o restaurante e na volta para o escritório resolvemos fazer um atalho e em vez de irmos pela pista asfaltada, fomos pela grama, onde havia muitas depressões cheias d`água.

Eram aproximadamente umas seis pessoas e o Coalhada ficou por último; todos já haviam entrado na sala quando o Coalhada chega todo sujo de lama, mas para não dar o braço a torcer, bate as mãos na roupa tirando os excessos de barro, e diz: “Se eu não tivesse dado aquele salto mortal, eu tinha caído na lama, sô....”

Caso 4:

Foi quando, numa discussão sobre futebol, logo de manhã, numa segunda-feira; como a conversa está toda contra as suas idéias, o Coalhada vira pra turma e diz: Ó, cês qué sabê duma coisa? CCM pra todos ocêis! Soltou a frase, saiu e foi para a fábrica, que era a uns 200 metros do prédio do escritório. E o pessoal ficou encabulado e todos querendo saber o que era o tal do CCM.

Depois, mais tarde, quando os ânimos estavam mais calmos, alguém pergunta ao Coalhada o que era o tal do CCM e ele responde: Senhora Sua Mãe, uai!

Caso 5:

O Coalhada sempre estava discutindo algum assunto sem proveito com algum colega e numa destas discussões foi que ele disse: Ói, minha mãe quando entra num galinheiro é pra botar ovo, não é pra catar ovo,não, tá?

Caso 6:

O homem era metido a ser tocador de violão. Aniversário do tenente, um outro colega nosso (depois falo dele) e a galera toda foi para a casa dele no sábado a noite, lá no bairro Alípio de Melo. Cerveja, churrasco, muita conversa, e o Coalhada resolve a tocar violão. E o pessoal vai chegando pra ver. Fez pose, mexeu nas cordas como se estivesse afinando o instrumento, fez umas pestanas e de repente começou a tocar e a cantar “O menino da porteira”, do Sérgio Reis. Acabou a música, a turma gostou e ficamos esperando pela próxima música, que de novo foi “ O menino da porteira”. Até então ok. Mas terminada a segunda vez, o Coalhada começou de novo “O menino da Porteira” a aquilo foi três, quatro, cinco vezes, até que o pessoal foi saindo de fininho e ele ficou sozinho com o violão na mão. Entenderam, né? O cara só tocava “O menino da Porteira”, mais nada.

Tonhão

Caso 1:

Este, quem conheceu, nunca vai esquecer, porque é uma figura atípica. É aquele capiau que não tem como negar sua origem. Tem cara de capiau, se veste como capiau, tem jeito de capiau, ou seja, é o verdadeiro capiau. Quem vê o Tonhão, mesmo antes dele falar qualquer coisa, já sabe que ele é capiau. É um cara engraçado, que tem também o seu lado perverso.

Pra ilustrar isso vou contar o caso da antena; foi lá no interiorzão, de onde veio e onde de vez em quando ia visitar sua mãe. Numa dessas visitas, numa tarde de sol escaldante, sua mãe lhe pede para subir lá na laje da casa e rodar a antena porque a imagem da TV não estava boa e ela queria ver sua novela da tarde; mas o Tonhão falou que não ia mexer com antena, não; então ela pediu para ele pelo ao menos colocar a escada que ela mesma subia lá e resolvia o problema. Ele colocou a escada, esperou a velha subir lá na laje, tirou a escada e deixou a velha em cima da casa o resto da tarde, pegando aquele solão lá do norte de Minas. E ele nos conta isso dando boas gargalhadas e comentando do bronzeado que a mãe pegou naquela tarde.

Caso 2:

O Tonhão tinha uma Brasília 78 bege, que chamava atenção; todo carro, quando chama a atenção, é pela conservação, pela aparência, pela cor, pelos acessórios ou alguma coisa assim, mas a Brasília do Tonhão chamava a atenção por causa do pé de milho. Explico: é que alguém deixou cair um grão de milho no console da Brasília e como o nosso amigo não era lá de ficar limpando carro, o grão de milho germinou e surgiu então um vistoso pé de milho no console, que foi crescendo, crescendo e chegou até o teto da Brasília.

Pois é, esta era a atração da Brasília do Tonhão.

Caso 3:

Essa o Tonhão nos contou, relembrando seus tempos de criança; aconteceu lá na sua cidade natal, na época que ele ainda acreditava nas coisas da Igreja a freqüentava o catecismo. Foi o seguinte: o farmacêutico da Cidade, que se chamava Juca, era fazendeiro e um dia resolveu fazer uma boa ação e decidiu matar uma vaca e distribuir a carne para a população da cidade. Levou a vaca da fazenda até à praça, a criançada toda acompanhando, e chegando na praça, o único ponto que tinha para amarrar a vaca para o sacrifício era uma cruz de ferro, no cento da praça.

A vaca foi amarrada no pé da cruz, morta, esquartejada e a carne distribuída para a população, que ficou muito feliz com a ação do Sr. Juca.

No domingo, na aula de catecismo, a catequista pergunta: quem morreu na cruz para nos salvar? E Tonhão responde com firmeza, lá do fundo da sala: Foi a vaca do Sô Juca, tia Lucia!

Boquinha

Caso 1:

Boquinha era o engenheiro que tinha certa dificuldade para lidar com os números. Num cálculo de volume de solda para cordão 1/2K, ele calculou lado x altura e se esqueceu de dividir por 2. O supervisor o chama e explica que para aquele tipo de cordão, para o cálculo ficar certo teria que dividir por 2, porque a área do 1/2K é igual a área de um triângulo retângulo, etc, etc, etc.... Boquinha volta para a sua mesa, corrige o cálculo e tudo bem. Só que a diversidade de projetos faz com que surjam novos cálculos e pouco tempo depois o nosso amigo se vê na necessidade de calcular o volume para um cordão tipo K, o que ele fez sem nenhum problema. Só que quando o supervisor foi verificar a memória de cálculo, as contas estavam lá mostrando que a área foi calculada fazendo-se a divisão por 2. O supervisor o chama e diz que para aquele caso, que o cordão era tipo K, já era diferente, já não era necessário fazer a divisão por 2, porque a área do cordão K é como a área de um retângulo, etc, etc, etc. Nosso amigo, depois de ouvir com atenção, dá uma coçada na cabeça e diz: Agora não estou entendendo mais nada; um dia ocê fala que é pra dividir, hoje já fala que não é pra dividir... não dá pra entender, sô......,

Polonês

Outra figura singular. É descendente de polonês e gosta de contar que nasceu no navio, quando seus pais estavam vindo para o Brasil. Tinha costumes diferentes, como por exemplo, não tomava cerveja gelada; a cerveja tinha que estar na temperatura ambiente. Bebia tanto que o pessoal dizia que se ele levasse a picada de uma cobra... coitada da cobra, com certeza entraria em coma alcoólico.

Um dia, no meio das conversas fiadas, o Polonês apostou com o nosso amigo Tóda, que mordia a orelha dele (do Tóda), sem abrir a boca. Esse apelido de Tóda também ninguém sabe explicar de onde saiu; foi uma situação engraçada porque o Tóda aceitou a aposta. Depois, numa hora de distração, o Polonês tira as dentaduras, chega sorrateiro por trás do Tóda e ...cráu, com as duas dentaduras na sua orelha esquerda. E a galera riu de rolar, pois nosso amigo mordido foi para o banheiro e ficou lá umas duas horas lavando a orelha.

Tóda

Ex-estudante de direito (abandonou o curso), bastante sistemático e metido a usar palavras difíceis. Assim, na laboração de um plano de trabalho, escreveu uma instrução com os seguintes dizeres: A posição 49 é hipotética. Quando o plano de trabalho caiu na fábrica foi aquele auê, pois ninguém tinha a menor idéia do que era uma posição hipotética.

O Tóda não era muito de tomar banho, não. O Polonês provou isso fazendo uma marca de tinta despistadamente na parte posterior do braço dele e conferindo todos os dias. A marca ficou lá, visível, mais de uma semana.

Indiano

Como este não tinha apelido, vou identificá-lo aqui pela nacionalidade. Sujeito inteligente; apareceu para a entrevista de emprego com um intérprete a tira colo porque não falava uma só palavra em português. Uma semana depois, quando foi para iniciar a trabalhar, já falava português e entendia quase tudo.

O primeiro caso dele foi o do arroto. O pessoal do setor tinha o costume de juntar duas mesas para almoçar todos juntos. Então, todos almoçando, mais ou menos 8 ou 9 pessoas, o indiano acaba primeiro e com ar de satisfação passa as mãos na barriga e dá aquele arroto, que a metade do restaurante ouviu. Todos param e olham para ele. Ele dá uma risada, olha para todos e com sotaque carregado pergunta: Quê foi? Pode não?

Outro caso envolvendo o indiano foi o do bife. É sabido que na Índia não se come carne de vaca (ou de boi, pois todo boi depois de morto é vaca), que lá é considerado um animal sagrado. Mas o indiano, aqui no Brasil, não se lembra disso. Um dia, na hora do almoço, um de nossos colegas, sem vontade de comer o bife, sentado ao lado do indiano, olha para ele e pergunta se ele queria o bife. O indiano espetou o bife na bandeja do colega, puxou para a bandeja dele e mandou ver. Quando chega no outro dia, na hora do almoço, coincidentemente tinha bife e os dois se sentam na mesma posição do dia anterior. Sem perguntar, o indiano mete o garfo no bife do colega e puxa para sua bandeja. O colega, meio sem ação, fala: ô..ô....hoje não, sô, hoje eu quero comer o bife...(isso para a galera era festa).

Secretária teimosa

O caso da secretária teimosa foi legal. Na estrada que liga a empresa a Belo Horizonte havia um semáforo com câmara e a velocidade máxima admissível era de 40 Km/hora. Esta secretária gostava de andar com o pé em baixo e numa tarde, voltando para BH, antes de chegar no semáforo pensou: se este negócio marca velocidade máxima de 40 Km/hora, vou passar a mais de 100 Km/hora e não vou ser multada pois não vai marcar a velocidade com mais de dois dígitos. Mas o semáforo registrou 99 Km/hora e na outra semana ela recebeu o aviso da multa, com o valor máximo. É isso que dá duvidar da tecnologia.

Zé do Toddy (in memorian)

Todo apelido tem uma razão de ser. Ainda mais no chão de fábrica, onde tudo se transforma em gozação e se o sujeito apela é pior ainda. Zé do Toddy é o apelido de um colega nosso que trabalhava na área da montagem mecânica e onde se fazia muitas horas extras devido ao excesso de obras que havia naquela época. A empresa oferecia ao pessoal da hora extra, café com leite ou Toddy, mais o sanduíche para o lanche. E como nosso colega é viciado em Toddy, todos os dias, quando o chefe do setor ia fazer a lista do pessoal para a hora extra, era certa a sua pergunta: vai ter Toddy?

Burro

Ninguém sabe por que um dos nossos colegas tinha o apelido de Burro.

O sujeito é inteligente, mas tem este apelido.

Trabalhava como operador de mandrilhadora e consequentemente fazia os três turnos. Mas tinha um detalhe; quando estava no turno da noite, gostava de tirar uma soneca no horário de trabalho. Certa noite, o Burro entrou dentro de um tambor de cabo, ajeitou-se e dormiu. Os colegas içaram o tambor a uns 5/6 metros de altura e o deixaram lá dependurado (com o Burro dentro). Quando o Burro acordou e percebeu que não estava no chão, foi aquela festa da turma.

Português

Como é comum em uma empresa multinacional, houve também aquele colega português.

Homem sistemático. Quando ele ia com a cara de alguém, era só alegria, mas quando ele não topava alguém...... As palavras mais comuns do Português eram: p.q.p., pá!

Tiú

Este é o nome de um tipo de lagarto que, dizem, é surdo. Talvez, por este motivo, um dos nossos colegas trás este apelido. Interessante é que o sujeito é músico e dos bons. O hoby do Tiú era colecionar revistas pornográficas. Em cada gaveta da mesa ou dos armários, encontravam-se vários tipos de revistas. Era amigão do Português. O Tiú podia fazer ou falar o que quisesse que o Português não achava ruim, até mesmo contar piadas de português.

Um lance legal do Tiú foi quando ele arranjou uma remessa de guarda-chuvas do Paraguai e levou para vender lá na empresa. Usando de sua popularidade, vendeu rapidamente todos os guarda-chuvas. Numa tarde, na hora da saída, como chovia forte, foi a oportunidade do pessoal estrear os guarda-chuvas. Só que ventava muito e de repente o pessoal estava só com os cabos dos guarda-chuvas nas mãos; a parte de pano e as barbatanas, o vento levou.

Chicão

Amigão do Tiú e do Português. De 15 em 15 dias não aparecia no trabalho nas segundas-feiras porque estava voltando do Paraguai. Na terça-feira estava presente e com o porta- malas do carro abarrotado de bugigangas. Na hora do almoço havia fila no estacionamento para ver e comprar as bugigangas do Chicão.

Caso legal aconteceu numa tarde em que o Chicão estava testando um carrinho de controle remoto. O carrinho ia pra lá e pra cá no chão da sala, acendendo as lanternas, faróis, piscas, fazendo barulho de sirene, etc, quando o nosso gerente estressado entra na sala. O Chicão perde o controle e o carrinho, que continua ligado, passa entre os pés do chefe, bate no pé da mesa e pára. O homem dá aquela bronca e sai bufando. Dias depois Chicão é despedido.

Galinha

Este negócio de apelido dentro das organizações é mesmo muito legal. Temos um colega de serviço que tem o apelido de galinha. Todos devem ter curiosidade em saber o porquê deste apelido e para este caso a verdadeira explicação é:

Setor de preparação de trabalho, chefe italiano. O que se falava dentro da sala do chefe era ouvido em todo o setor. O chefe mandou um dos nossos colegas fazer um trabalho na maquina de datilografia, indicando alguns índices que ele estava precisando. Nosso colega pegou papel, livros, etc e começou a datilografar o trabalho. Depois de pronto, quase uma semana depois, nosso colega vai, abre o formulário sobre a mesa do chefe e diz: pronto, chefe! O chefe olha o formulário cheio de marcas de borracha e diz: Caramba, parece que uma galinha andou em cima deste papel!

E pronto; aí estava instalado o apelido de Galinha.

Catireba

Houve um gerente de produção estressado que não gostava de apelidos. Durante uma reunião de produção, numa sala com uma parede de vidros, que dava para o lado da usinagem, o homem esbravejava: Não gosto de apelidos! Dentro de uma empresa não se pode tratar os colegas por apelido! As pessoas têm nomes e não apelidos! Vou mandar o RH advertir qualquer um que eu saiba que tenha chamado um colega ou outro por apelido!, etc, etc, etc. E justamente neste momento ia passando lá fora o nosso colega Catireba (outro apelido para o qual ninguém tem explicação).

Quando o nosso gerente o vê, agita os braços, vai até a porta, abre e grita: Ô Catireba, passa depois lá na minha sala que preciso falar com você!

Será que ele pensou que Catireba é nome?????

Nuvenzinha

Houve outro colega de serviço que tinha o apelido de nuvenzinha. Sabe quando o tempo está ruim, que toda hora que você olha para o céu você vê aquela nuvenzinha escura, prometendo chuva e então você não sabe o que programar porque fica na dúvida se chove ou não chove? Pois é, este colega levou este apelido por causa do seu temperamento. Era difícil saber se o sujeito estava mau humorado ou bem humorado. Quando estava bem humorado, tudo bem, mas quando não estava......

Gerente estressado

Este gerente ninguém esquece. É o sujeito mais aloprado que já conhecemos. Para ilustrar este cognome, vou contar o caso que ficou conhecido como “admite e demite”. Foi o seguinte: Toda semana acontecia a reunião de coordenação técnica na sala de reuniões da engenharia, para verificar a situação dos projetos em andamento e o normal desta reunião era haver muitas broncas, muitos xingos e muita gente nervosa. E numa destas reuniões, após ficar clara a culpa de um dos funcionários sobre um determinado problema, o nosso gerente estressado dá uma pancada na mesa e grita: Quero que este cara seja demitido imediatamente! Mas um dos participantes da reunião, pessoa mais moderada, com voz maneira, fala com o gerente: Mas nós não podemos demiti-lo! Ele é contratado, não é funcionário efetivo da empresa! Ao ouvir isso, o gerente, apontando o indicador para o nariz do nosso colega moderado, grita: Vai lá, admite e demite!

Outro lance legal deste gerente foi sobre o hábito de fumar; o homem dizia detestar cigarro e não admitia que ninguém fumasse dentro da empresa; quem quisesse fumar tinha que ser escondido. Mas a empresa costumava dar festa de fim de ano, quando os funcionários podiam levar seus filhos, esposas, esposos, etc E foi numa destas festas que aparece lá a esposa do gerente, com o cabelo loiro, aquele amarelo forte de água oxigenada e o tempo todo com uma piteira na mão e soltando grandes baforadas. E para alegria da galera, quando o gerente chegava perto dela, ela soltava as baforadas em direção a ele e ele ficava caladinho...... isso valia a festa.

Este gerente era realmente maluco. Houve um dia em que ele estava saindo do galpão da fábrica no mesmo instante em que nosso colega Indiano estava chegando à entrada do galpão. Só que antes de ir para a fábrica, nosso colega passou pela cantina e comprou um picolé. E naquele momento, chegando à entrada da fábrica, já estava só com o palito na mão e então ele atirou o palito no lixo, mas por azar ele errou o alvo, o palito bateu na beira da lata de lixo, espirrou e caiu dentro do bueiro. E o nosso gerente viu aquilo. Não deu outra, o homem fez o sermão de costume pra cima do Indiano e finalizando a bronca mandou que ele fosse ao departamento de pessoal e pedisse uma advertência por escrito, por ter deixado o palito de picolé cair dentro do bueiro.

Em um outro dia ele deu o maior susto em um estagiário, que aqui vou chamar de E. O chefe ia passando pelo corredor e o E estava concentrado no seu posto de trabalho, fazendo um desenho com uso de lapiseira. O chefe parou, olhou e perguntou porque ele não usava lápis. O E, pego de surpresa, gaguejou, gaguejou procurando palavras para responder e não conseguia; o chefe pegou a lapiseira da mão do E, quebrou-a, jogou-a no lixo e falou: Olha, este seu desenho esta ficando uma merda! Eu desenho melhor do que você usando lápis, e com o pé! Lapiseira é coisa de viado!

Re-man

Torneiro mecânico; bom profissional. Uma pessoa com idéias avançadas para a época. A idéia que mais agitou o pessoal foi o prostíbulo para mulheres que o Re-man montou numa cidade próxima ao local de trabalho. Alugou uma casa, colocou mobília adequada, selecionou um grupo de rapazes entre 18 e 22 anos de idade e montou o seu negócio. Ficou famoso na região, mas enfrentou o preconceito da sociedade e foi ameaçado de morte por vários maridos chifrudos.

Entupimento da rede de esgoto

Início da empresa no Brasil, funcionando a 35 Km de distância de Belo Horizonte. Firma multinacional. Os estrangeiros chegavam e faziam o que queriam com as meninas. O expediente sempre terminava mais cedo do que o horário estipulado e o álcool rolava solto nos departamentos. E essa situação de liberdade ocasionou um sério problema, que foi o entupimento da rede de esgoto. Não fazia tanto tempo que a empresa estava em atividade e a rede de esgoto estava entupida. E depois de horas de trabalho dos bombeiros achou-se a razão do entupimento: eram as camisinhas que estavam paradas nos ralos dos esgotos.

Mandrilador nú

Este caso aconteceu com um colega nosso. Bom mandrilador, com excelente produtividade. Mas as coisas acontecem quando menos se espera. E foi o que ocorreu com nosso amigo. Num descuido enquanto usinava uma determinada peça, a ferramenta enroscou em sua roupa e foi puxando, rasgando, puxando, e de repente estava lá, no meio do galpão, o nosso colega peladão, tampando os documentos com as mãos. Deu sorte de não ter se machucado e de ter roupa no setor de segurança.

Homem de sorte

Quem trabalha recebe o salário no fim do mês e geralmente consegue pagar as contas, espremendo aqui, espremendo ali, mas consegue. A situação do país é tão caótica que só de estar empregado já pode ser considerado como sorte. Mas tem casos que são diferentes, pois a sorte vem com sobra. Foi o caso de um colega que por ter feito os métodos para usinagem das peças para uma determinada empresa, coube-lhe a incumbência de acompanhar o diligenciador da empresa, que ficava full time no chão de fábrica orientando, cobrando, acompanhando toda a fabricação. O que ninguém sabia era que o diligenciador tinha problemas de saúde e de vez em quando passava mal, tipo epilepsia. E numa noite, enquanto fazia seu trabalho, passou mal e o nosso colega de sorte foi que o socorreu, levando-o para o hospital e dando-lhe apoio. Tudo terminou bem e pouco tempo depois o nosso colega de métodos foi convidado para trabalhar naquela empresa, com salário e cargo fenomenais. É a sorte....

Médico tarado

Era o médico da empresa. Sujeito jeitoso e de voz mansa. Não se sabe se era bom médico, mas ficou conhecido como o médico tarado. Isso porque tanto nos exames admissionais como nos exames de rotina, a primeira coisa que fazia era mandar o funcionário ou a funcionária tirar a roupa. Isso mesmo, tirar a roupa, ficar pelado (a). E depois tinha o ritual: mandava a pessoa andar para lá, para cá, observava e depois mandava vestir a roupa. Quando era mulher, dava umas apalpadas e quando era homem dava a receita sem apalpadas mesmo. E isso foi até que uma colega nossa foi direto à diretoria e fez uma reclamação.

Assédio

Já que estamos no assunto, vamos lembrar um caso de assédio sexual que agitou a galera. O sujeito apareceu não se sabe de onde, um tremendo babaca, destes que anda com a calça no meio da bunda, fumando cigarro de palha e o vocabulário comportando um completo besteirol. Mas é aquele sujeito que tem gogó e vai embromando os gerentes, diretores, e com isso acaba conseguindo um posto melhor dentro da empresa. Toda empresa tem isso. E o sujeito, quando não tem preparação para ocupar posto elevado dentro de uma organização, quase sempre acaba fazendo besteira por abuso de poder. E com este elemento não foi diferente. Achou que estava no direito de cantar todas dentro da empresa. O tempo foi passando e chegou uma época que a empresa admitiu vários estagiários. Em sua área foi admitida uma estagiária muito simpática e bonita. Foi como jogar um anzol com isca num rio cheio de peixes. Em pouco tempo o cara mordeu a isca. Começou a jogar a conversa pra cima da menina e a pressioná-la para sair em sua companhia. A estagiária tolerou as cantadas até certo ponto e quando percebeu que não tinha mais jeito tomou suas providências. Ela chegou em casa, comentou com seu pai o que estava acontecendo no trabalho e deixou o resto por conta dele (do pai). O que o nosso chefe tarado não sabia era que a garota era filha de um juiz de direito da região. O juiz agendou uma reunião com a diretoria da empresa e exigiu a saída imediata do perigoso, que teve que pedir demissão e sair da empresa no mesmo dia. É.... mexer com quem a gente não conhece dá nisso ai.....

Outro lance deste chefe foi o seguinte: o cara comprou um cavalo, ia trabalhar a cavalo e deixava o animal amarrado na cerca.

Vendedor esquisito

Houve um vendedor que bateu record de acontecimentos estranhos. O primeiro que me lembro é o do lanche do comprador. Ë o seguinte: Ele foi fazer uma visita ao comprador de uma empresa e chegando lá a secretária lhe pediu que se acomodasse numa poltrona na sala de espera e ficasse à vontade que dentro de pouco tempo o comprador iria lhe atender. O tempo foi passando e o comprador não aparecia. E aconteceu que a secretária dá uma saída e alguns minutos mais tarde volta com um sanduíche e um refrigerante para o seu chefe e coloca em cima da mesa, para aguardar a hora de levar o lanche. Num descuido da secretária, nosso vendedor come o lanche, se ajeita na poltrona e dorme de roncar. Daí então acontece o telefonema do comprador, solicitando que fossem buscar o vendedor, que além de ter comido o seu lanche, estava dormindo.

Outro lance legal deste sujeito foi quando ele foi ao banheiro e não sabia que a descarga estava com problemas. Acontecia que quando se dava descarga em vez da água ir para baixo, ia para cima. O nosso personagem estava de carreirinha e quando deu a descarga, foi bosta mole até nos cabelos, pois a água foi para cima com toda pressão e caiu molhando e sujando o cara completamente. Daí, todas as pessoas que entravam no banheiro, ele falava: Alô, alô, quem está lá? Quem está lá? Roupa para mim, por favor, roupa para mim!

Outro detalhe: este sujeito era atípico. Nunca apareceu alguém na empresa que comesse mais do que ele. Só por ilustração: Ele entrava duas vezes na fila do almoço e nas duas vezes era bandeijão abarrotado de comida e o que mais impressionava era que depois disso ainda dava uma passada na cantina para um reforço.

Tenente

É estranho o termo “tenente” em uma empresa privada, mas foi o apelido que mais se adequou a um de nossos colegas. Isso porque começou a trabalhar logo depois de servir o exército e por muito tempo conservou os cacoetes dos militares. Pra começar, o jeitão do sujeito andar, que era como se estivesse marchando numa parada de 7 de setembro; depois, o jeito de tratar o pessoal, que era realmente como um tenente. Mas o tempo foi passando e ele foi voltando à realidade e com uns 20 anos de convívio com o pessoal, ele já estava quase igual aos normais. Mas, até chegar neste ponto, a gente ouviu muito alguns jargões militares como maneira de demonstrar autoridade.

O homem Borracha

Este foi interessante. Foi no início da década de 80, quando era fácil arrumar emprego e então aparecia gente nova quase todo mês; numa dessas foi que apareceu o Homem Borracha. Explico: o sujeito sentava normalmente para trabalhar e devagar ia se esborrachando e afundando para debaixo da mesa. Quando via, só estavam acima do tampo da mesa as mãos e a cabeça; e olhe que o sujeito tinha nada mais nada menos que um metro e oitenta de altura.

Aquilo realmente chamava a atenção e não nos restou outra alternativa, senão chamá-lo de Homem Borracha.

O Alemão

Quando se fala em alemão o que vem à nossa mente geralmente é um sujeito branco de cabelo amarelado e de olhos azuis. Mas este alemão era diferente; era um baita dum crioulo. O pessoal o chamava de alemão porque com o auxílio de um daqueles livros usados para viagem, aprendeu sozinho um monte de palavras em alemão, decorou uma série de frases chave e quem ouvia pensava que ele falava com fluência mesmo. Até mesmo alguns alemães ele conseguia enganar. E com isso conseguiu algumas regalias junto aos chefes alemães. Ele tinha muita facilidade de decorar frases longas e montou um bom vocabulário de alemão e inglês e não tinha nenhum acanhamento em falar, mesmo porque a sua natureza já era essa, falava igual pobre na chuva.

O Puxa saco

Em toda empresa, ou melhor, em todo setor de uma empresa, existe um puxa saco. E todos que trabalham em empresas privadas ou públicas sabem como agem os puxa sacos. Eles têm características próprias só deles, que são inconfundíveis. Nestes longos anos convivendo com os mais diversos tipos de puxa sacos, posso descrever em detalhes as características dos mesmos. Por exemplo:

Eles andam mais depressa que os outros, principalmente na presença de um chefe;

Eles falam mais alto que os outros, principalmente na presença de um chefe;

Eles têm mania de sorrir para todos os que ocupam cargos em níveis superiores aos seus;

Eles riem de qualquer piada contada por um chefe, pode ser uma piada que não tenha a menor graça;

Eles estão sempre prontos para qualquer tipo de trabalho, tanto na empresa como fora dela;

Eles defendem com unhas e dentes as idéias dos chefes;

Eles vão ao aeroporto fazer tchau pro chefe quando ele (o chefe) viaja;

E o mais interessante é que nunca admitem que são puxa sacos.

O puxa saco em questão, nos finais de semana, ia para o sítio do chefe para lavar e escovar os cavalos do mesmo.

Ele mandava a esposa fazer faxina na casa do chefe;

Ele acompanhava o chefe quando o mesmo ia fazer compras, só para ficar segurando as crianças na calçada enquanto o chefe estava dentro das lojas.

Ele ia ao mercado central com o chefe e fazia questão de carregar a sacola (do chefe) cheia de compras;

E depois de tudo isso ainda falava que não era puxa saco, era político.

Administração

As organizações têm suas oscilações no mercado de acordo com suas administrações. Comparando-se uma empresa a um corpo humano, a administração é o seu cérebro, enquanto que os colaboradores compõem o resto do corpo. A Administração impõe a cultura da empresa, que é percebida em todos os cenários, externamente e internamente.

As ações estratégicas colocadas em prática movimentam o mercado, fazendo concorrentes buscarem inovações e isto se transforma em um círculo vicioso, pois se os concorrentes se armam, a empresa tem o dever de rever suas metas constantemente para se manter no mercado.

Mas nem sempre as retomadas são ideais e em vez de proporcionarem um reposicionamento proporcionam um declínio.

Eu vivi numa empresa deste tipo, que teve seus anos de glória e em função de administração errada, atingiu o nível máximo da curva de declínio. Os erros eram visíveis. Por exemplo, numa fase de concorrência acirrada, após o início do governo Collor, ao invés de pensar em produtividade, a administração se preocupava com a decoração. Isso mesmo. Promoveu a reengenharia, desconfigurando toda uma cultura já existente. Nesta fase de displicência administrativa, vimos os prédios sendo revestidos com carpete, as colunas dos prédios sendo pintadas cada uma de uma cor diferente, salas sendo desmanchadas, lay outs sem sentido sendo inventados. Estava instalado no cenário um pacote de disfunções que atendendo ao apelo do modismo, foi só fortalecendo cada vez mais.

Enquanto isso a concorrência investia em equipamentos, capital intelectual, marketing, novas tecnologias, etc.

O resultado podia ser previsto e não demorou a vir o fracasso, que aconteceu anos depois, pois a concorrência, a seu modo tradicional e atendendo aos apelos do mercado, estava à frente em todos os sentidos.

As panelas

Outra disfunção dentro das organizações são as chamadas ”panelas”.

A experiência mostra que são inevitáveis e sempre existiram, mas são deveras prejudiciais.

Voltando a pensar numa organização como um corpo humano: quando uma pessoa está fazendo uma tarefa, por exemplo, seu cérebro comanda os movimentos e todo o resto do seu corpo trabalha no sentido de atender aos comandos emitidos, ou seja, há uma colaboração integral de todas as partes do corpo envolvidas naquela ação. Nas organizações, as panelas raramente se ajudam; cada uma puxa as vantagens para o seu lado sem nenhum senso de cooperação. Acaba que fica parecendo que existem varias organizaçõezinhas independentes dentro da organização.

Esta, caros administradores, é a disfunção para a qual deveriam ser desenvolvidas estratégias de extinção sumária.

É impossível, mas se fosse pelo ao menos minimizada, provavelmente as administrações tivessem melhores resultados.

Quadra de tênis

Esta eu coloco para reflexão dos administradores e dos leitores. Numa empresa em que a preocupação deve ser a produtividade e deveria ser também o fator desenvolvimento humano e intelectual dos funcionários, seria justificável a construção de uma quadra de tênis aos moldes profissionais só porque um dos gerentes pratica, e de forma amadora , este esporte?

Além de ser uma decisão arbitrária deste gerente, foi também contra 99,99% dos colaboradores, o que ficou evidente após a saída do mesmo, quando vimos a quadra sendo tomada pelo mato, mostrando que o resultado de um capricho individual ocasionou o desperdício de alguns milhares de reais investidos sem nenhuma necessidade, caracterizando um desrespeito ao coletivo e também mais uma disfunção administrativa. Este tipo de atitude dentro de uma empresa traduz-se como um derrame cerebral para o corpo humano. A tomada de decisão por capricho deve ser combatida e evitada, pois ela só é boa para o concorrente, que aprende cada vez mais o quê não deve ser feito.

A promoção

Para contar este caso usarei de nomes fictícios. Chamarei de Jota o colega promovido, de X a empresa e de M a esposa de Jota.

Jota era um funcionário esforçado e depois de longos anos de trabalho numa mesma função, recebeu uma promoção. Os superiores colocaram-no como supervisor do setor, uma vez que ele dominava bem os trâmites de documentos que eram gerados e /ou administrados pelo setor.

Foi um dia de surpresa, de alegria e satisfação para Jota, que não esperava por aquela promoção. No final do expediente Jota chamou o pessoal do setor para uma cervejada e bancou tudo sem preocupação, afinal, seu salário foi ajustado de acordo com o novo cargo.

Fim da cervejada, Jota vai para casa na expectativa de contar para a esposa sobre a promoção.

Chegando em casa, a esposa assistindo a novela das 8, Jota, eufórico, abre os braços e diz: M, hoje você vai dormir com um chefe da X! M, assustada, sem entender o que estava acontecendo, pergunta: E como é que vai ser isso? Ele vem para cá ou eu tenho que ir pra casa dele?

O moita

Este adjetivo é dado para aquela pessoa que sempre está lhe observando, dos pontos mais críticos e de onde você menos espera. Na X houve um chefe assim. Seu nome fictício aqui é S. Você estava trabalhando e quando você percebia, o S estava lhe observando por cima de uma prancheta. E isso era com todas as pessoas do setor. Daí então, entre o pessoal, o nome dele passou a ser Moita.

Este chefe caiu de pára-quedas na fase da X em que buscou vários supervisores e chefes de departamentos no mercado de São Paulo.

Não conhecia nada do que estava chefiando. Houve um dia que cinco ou seis projetistas estavam discutindo um determinado projeto, com o desenho aberto sobre a prancheta. Quem conhece desenho mecânico sabe que uma vista de corte é hachurada (a hachura é a indicação que houve um corte na peça e que aquela vista representa tal corte). O chefe S chegou próximo à prancheta, viu o desenho, ouviu um pouco da discussão dos projetistas e num dado momento colocou o indicador sobre uma vista de corte hachurada e perguntou a um dos projetistas: quê significa esta redinha aqui?

Preciso continuar?????????

Estagiários (as)

Até há alguns anos, os(as) estagiáros (as) eram alvos de brincadeiras nos diversos setores de trabalho. Hoje em dia as empresas estão mais atentas e percebem que nos estágios é que surgem grandes talentos.

Relembrando algumas brincadeiras com os (as) estagiários (as):

O chefe pede a estagiaria que vá até ao setor de compras e traga a pasta de assuntos verbais. E ela vai.

O chefe pede ao estagiário que vá ao almoxarifado e traga 1 kg de oxigênio em pó. E ele vai.

O chefe pede ao estagiário que vá ao almoxarifado e pegue 6 parafusos M25,4 x 4”. E ele vai.

O colega de trabalho pede ao estagiário para fazer uma requisição de compra para 200 metros de parafuso M-20. E ele faz.

Enfim, são brincadeiras que de certa forma desperta o (a) estagiário (a) para a análise crítica e ele (a) começa a exercitar esta sua capacidade.

Meia barba

Este caso aconteceu envolvendo um colega da área de engenharia e o chefe estressado, já mencionado anteriormente. O nosso colega estava com a barba por fazer, tipo 2 semanas e resolveu barbear-se no horário de serviço. Foi à cantina, comprou um prestobarba e foi para o banheiro. Começou a fazer a barba e quando estava com um lado do rosto completamente barbeado, o chefe estressado entrou no banheiro. Quando viu nosso colega se barbeando, deu aquela bronca, ameaçou até mandar o cara embora e voltou pra sua sala. Nosso colega guardou rapidamente o prestobarba e voltou para seu setor. Ficou o resto do dia com meia barba, agüentando a gozação do pessoal.

Fantasma

Certa noite de verão, a chuva caia torrencialmente, fazendo aquele barulho característico de chuva sobre o galpão. O responsável pela segurança noturna, de hora em hora, dava uma volta pela fábrica para verificar se estava tudo em ordem. Devido à chuva muito forte, a água estava passando pelos vãos das telhas e caindo em cima das pontes rolantes; então a água escorria pelo rabicho do painel de comando e ia até ao painel de comando e com isso começou a fechar e abrir curto. Nos momentos que fechava/abria curto, a ponte rolante se movia, parava, se movia, parava...

Quando o guarda chegou no galpão e viu a ponte rolante se movendo sozinha, fez o sinal da cruz e deu no pé de volta para a portaria.

No outro dia, o comentário geral era que havia um fantasma no galpão na noite anterior e que o mesmo estava operando a ponte rolante.

Zorêia ou Homem Aranha?

Ninguém sabe a razão deste apelido. O fato é que era assim e o pessoal já nem se lembrava mais do verdadeiro nome do colega.

Sobre o Zorêia, foram dois os casos que marcaram:

O pessoal do setor tinha por hábito fazer uma confraternização todo final de ano.

Zorêia tinha uma certa aversão pelo seu chefe imediato e assim o primeiro caso foi numa destas festas de fim de ano, quando ele levou um revolver de espoleta e depois de tomar umas cervejas, toda hora apontava o revolver para o chefe e dizia: Vou te matar!.... Vou te matar!!...

Segundo foi em outra festa de fim de ano, que depois das cervejinhas, o Zorêia cismou que era o homem aranha e começou a subir nas cercas de tela com o copo de cerveja na mão. Foi quando ele conseguiu seu segundo apelido: Homem Aranha.

Brigão

Este era o nome de guerra de um encarregado da montagem mecânica, que não tinha muita intimidade com o dicionário.

Certa ocasião, quando estava reformando sua casa, comentou com o pessoal que a sala da casa ia ter o piso de tábua escorrida e que ia ter também vários ilustres pendurados no teto.

Discutindo sobre determinada peça que estava para ser montada ele disse que era só dar um jato de granadas na peça que ia ficar legal.

E além dessas tem muitas outras que agora não me lembro.

O Cearense

Houve um mestre da área de usinagem que era cearense. Certa vez ela mandou comprar umas pastilhas que custaram uma fortuna. Quando foram usinar com o uso das pastilhas, as mesmas simplesmente derreteram. Depois, o cearense, com as pastilhas derretidas nas mãos em concha, mostrou para o encarregado da usinagem e falou: meu amigo, pastilhas macias que nem estas, o pessoal lá do Ceará come tudo pensando que é milho!!!!

Dupla demissão

Para este caso vou estipular os seguintes nomes fictícios: Empresa X, um dos colegas N e o outro colega J.

N e J eram colegas inseparáveis trabalhando há alguns anos no setor de projeto de dispositivos. J era uma pessoa mais acomodada, daqueles para o qual tudo está bom, o ambiente está bom, o salário está bom, etc. Ao contrário de J, N já pensava mais além e via que sem reclamação não aconteceria nenhuma melhora naquele setor.

Certo dia, após o almoço, o chefe do setor estava lendo um jornal, quando N chegou e começou a pleitear um aumento de salário. O chefe, com calma, usando de toda psicologia,

explicou a N que aquele não era o melhor momento, que a empresa estava passando por situações difíceis, que o ideal seria esperar mais um pouco até al coisas melhorarem, enfim, tudo aquilo que eles aprendem nos treinamentos, afim de além de não conceder o aumento , deixar N achando que o salário que estava recebendo estava até mais alto do que o que ele merecia. O chefe falava e N ouvia com muita atenção. J, fazendo de conta que lia uma revista, da mesa dele, ouvia a conversa dos dois. Depois que o chefe acaba de expor seus argumentos, mate nas costas de N e fala: Tudo ok, então, Sr. N? Ao que N responde: Não, tem nada ok, não. E outra coisa, se não for possível melhorar meu salário, pode mandar eu e o J embora. Nesta hora J dá um pulo da cadeira e grita: Péra lá, péra lá, N, eu sou seu amigo, mas não tanto assim, não!!!!!

Casos do J

O J do caso anterior sofrera um acidente e só tinha dois dedos na mão direita, o polegar e o mindinho. Então, na realidade, J tinha só sete dedos nas mãos. Ele tinha um negócio paralelo que era venda de jóias, em casa. Certa noite, J estava tomando banho e chegou uma cliente para comprar jóias. Quem atendeu a cliente foi a esposa de j. A cliente olhou o mostruário, escolheu uma determinada peça e perguntou o preço; como a esposa de J não sabia o preço, foi até ao banheiro, abriu a porta e perguntou ao J. quanto custava a jóia assim, assim, enfim, deu as características da jóia. O J. levantou as duas mãos por cima do box, com os dedos abertos. A esposa dele voltou para a sala e vendeu a jóia para a cliente por R$7,00 que na época era um bom valor. Quando J saiu do banheiro e pediu o dinheiro da venda, sua esposa lhe deu os seta reais e J, p. da vida falou: Ô meu Deus do céu, eu falei foi R$ 10,00, não foi R$ 7,00 não !

Ainda sobre o J, ele gostava muito de contar um fato que aconteceu com ele no Mercado Central de Belo Horizonte. Foi o seguinte: Ele chegou em uma das bancas de queijo, pegou um queijo minas com a mão direita, segurando-o com o polegar e o mindinho, levantou o queijo e perguntou ao dono da banca: quanto é o quilo deste queijo? O dono da banca olhou com ar de desprezo e respondeu: ô meu chapa, depois que enfiou seus três dedos no queijo, não interessa quanto custa o quilo, não; agora você tem que levar!

J, sem se ofender, voltou o queijo para o lugar onde estava e nesta hora o dono da banca viu que ele não havia enfiado os três dedos no queijo......

TV em Cores

Para este caso temos o gerente de expansão e desenvolvimento: D, Empresa: Y e o porteiro B. O fato aconteceu nos anos 70, pouco depois do início das TV em cores. O gerente D tinha em casa somente uma TV preto e branco e até então não tinha nenhuma intenção de comprar uma TV em cores. Conversando com o porteiro da empresa Y, este comentou com o gerente D que precisava levar a sua TV para o conserto, mas teria que ser em uma oficina que entendesse bem de TV em cores. O gerente D assustou e perguntou ao porteiro se a TV dele era em cores e o mesmo respondeu afirmativamente. D ficou o resto do dia pensando como é que podia um porteiro ter uma TV em cores e ele que ocupava o cargo de gerência, ainda não tinha. Chegou em casa e falou com a esposa que precisava comprar com urgência uma TV em cores.

É... há certas coisas que é preciso de um empurrãozinho...

O médico maluco

O mesmo gerente D conta que certa vez não estava se sentindo muito bem e sempre pensando que poderia ter um enfarto. Foi ao médico da empresa para uma consulta. O médico, percebendo a preocupação de D, começou a lhe contar casos de enfartos. Contou vários, inclusive um acontecido em um congresso que ele havia participado. Segundo o médico, qualquer um, a qualquer hora, pode sofrer um enfarto. Não adianta ficar indo no médico. No congresso, por exemplo, onde só havia médicos, um deles passou mal, vieram todos os colegas na tentativa de salvá-lo, mas foi em vão. O homem morreu. A verdade é que D quase teve um enfarto de tanto ouvir o médico contar casos de enfarto.

Secretária tímida

Na empresa X havia uma secretária muito tímida. Tudo que fosse falar com ele, tinha que ser com muito cuidado porque ela se melindrava fácil, fácil. Vou denominá-la aqui de D e seu chefe de JF. O fato se deu numa época de fim de ano, na década de 90, quando todas as empresas estavam vivendo sérias crises e uma das saídas que tinham era dar férias coletivas nos finais de ano. Assim, todos de férias, cada um procura um canto para descansar; uns vão para lugares distantes, outros ficam por perto e tem aqueles que vão para as praias, que foi o caso da secretária D e do seu chefe JF. Só que D foi para a Bahia e não sabia para onde seu chefe havia ido. Então, uma vez lá em Porto Seguro, D resolve dar um passeio em Trancoso e naquela época ficar pelado em Trancoso era o ponto máximo do passeio. Como D estava sozinha e vendo aquela liberdade toda à sua volta resolver tirar a roupa também. Tirou as duas partes do biquíni, procurou um lugar legal, achou uma daquela pedras bem planas e deitou para tomar sol; morena de dar água na boca, braços abertos, pernas abertas, perereca pra cima.... D estava curtindo demais aquela sensação de liberdade. Mas tudo que é bom dura pouco. De repente aparece um peladão caminhando sozinho pela praia e quando vê aquela morenaça tomando sol resolve dar uma conferida e vai chegando cada vez mais perto. Quando o cara chega a uns 3 metros de distância, D percebe a sua presença e levanta a cabeça. O peladão dá um grito, espantado: D!!!!!! é você????? E D, desesperada, ajuntando as roupas e tentando tampar as coisas: Sr. JF!!!!!! Quê que o Sr. Está fazendo aqui????? E desse jeito??????

A Secretária que gaguejava

Isso foi na empresa X. Uma das secretárias tinha problema de gagueira e se ela estava nervosa era pior ainda; aí então é que as palavras não saíam de jeito nenhum.

O nome dela aqui é G.

Certo dia G não pode ir trabalhar por motivos particulares e quando foi lá pelas 9h da manhã ela telefonou para avisar que não ia trabalhar naquele dia.

Quando nosso colega C atende o telefone, ouviu a pergunta: Adi...di...di...vi...nha que...quem é que... que... tá... tá.... fa...fa...lando?

C, tranquilamente, responde: É a G.

E ela: Co...co...mo fo...foi... que vo...vo..cê adi....adi...vinhou?

A borrada

Na empresa X, todos os dias, aos o almoço, o pessoal costumava jogar truco. E onde há jogo de truco sempre chegam outras pessoas para assistir, porque sempre acontecem lances engaçados e dizem que ver o jogo é melhor do que jogar.

Numa dessas, estava jogando o nosso colega MT, do setor de transportes, que havia ido em uma festa na noite anterior e estava num total desarranjo intestinal. E aconteceu que numa das rodadas, MT sai de 3, sete copas e zap. O coração disparou e ele ficou só esperando o adversário trucar para ele gritar “seis”. E não demorou. Um dos adversários trucou; MT gritou “seis!”, meio-pau!”, “ladrão de milho!”, bateu na mesa, gritou de novo e naquela euforia, quando percebeu , estava todo borrado; e o caldo marrom escorria até pelas pernas.

Rapidamente arrumaram um macacão verde do pessoal da manutenção e levaram para MT se trocar, depois de um bom banho, é claro.

O fusquinha nervoso

Foi nos anos 80; só não me lembro do ano exato, mas este caso aconteceu foi comigo mesmo.

Eu comprei um fusquinha 71, branquinho, todo arrumado e um detalhe interessante era que ele estava com motor de fuscão (1600). Então o carro andava demais (vejam bem, isso para aquela época e para o carro “fusquinha”).

Fazia menos de um mês que eu estava com o carro, que havia comprado por Cr$ 25.000,00.

Numa manhã de segunda-feira, quando estava indo para o trabalho, sem perceber ultrapassei um colega que estava num Opala. Era o colega JS, que acelerou o opalão na tentativa de me alcançar, mas ficou indignado porque não conseguiu. O fusquinha realmente estava andando demais.

JS chegou lá na empresa com uma decisão firme de comprar o meu fusquinha. Chegou, ajeitou as coisas em sua mesa, pegou o talão de cheques, puxou uma cadeira, sentou do meu lado e perguntou se Cr$ 30.000,00 pagava o carro. Fiz a conta, Cr$ 5.000,00 em menos de um mês....negócio fechado; fiquei sem o fusquinha.

Mania Estranha

Em toda empresa tem pelo ao menos uma pessoa que tem manias estranhas. Na empresa X não era diferente. Trabalhava no setor da garantia da qualidade o nosso colega Z, que só ia para o serviço de camisa social, daquelas que tem a gola pontuda. E o estranho era que as pontas das golas das camisas do Z ficavam constantemente ensebadas, até que um dia descobriram a razão. Era o seguinte: O Z tinha a mania de coçar as orelhas com as pontas das golas. Segundo seus colegas de setor, quando ele começava a coçar as orelhas com as pontas da gola, os olhos dele até reviravam.

É cada uma...........

A peruca

Em quase toda empresa tem uma pessoa que usa peruca. Na empresa X, tinha um funcionário que só depois de muito tempo foi que descobrimos que ele era careca. Só tinha mesmo o rodapé. Ele usava peruca e não admitia que se fizessem nenhuma brincadeira a respeito de careca ou de peruca na sua presença.

Mas o engraçado mesmo era quando ele estava no ônibus; primeiro, não se podia abrir a janela nas proximidades em que ele estava sentado, que ele fechava a cara; segundo, ele não sentava no lado esquerdo do ônibus nem que fosse o último lugar vago, pois se desse um ventinho a peruca podia levantar. Então, só ficava no lado esquerdo, para o caso de vento, ir de acordo com o penteado da peruca, da esquerda para a direita.

O lugar do chefe

Esta aconteceu foi com um operador novato na área de máquinas especiais. O chefe da área era o F, cuja esposa também trabalhava na empresa X, só que ele na fábrica e ela no escritório. Então os dois tinham uma combinação de que quem chegasse no ônibus primeiro, na hora de ir embora, guardava o lugar do lado para o outro.

Até aí tudo bem. Foi então admitido um operador novo na área do F, que não sabia que a loura que usava o ônibus era a sua esposa (do F). E numa tarde, quando nosso novato chega no ônibus, o lugar ao lado da loura estava vazio, pois ela tinha esquecido de marcar (normalmente com uma bolsa). O nosso colega novato tomou assento ao lado da loura e ficou lá fingindo que estava cochilando. O ônibus foi enchendo e vários colegas de setor do novato foram se acomodando no fundo do ônibus e de vez em quando um deles gritava: Levanta pião, este lugar é do chefe! Mas como o novato não tinha o costume de usar aquele ônibus, não atinava que os colegas estavam falando era com ele. Quase na hora do ônibus sair, o chefe chegou apressado, entrou, viu que o lugar dele estava ocupado, parou no corredor ao lado do novato e ficou ali em pé, com as mãos no bagageiro e de cara fechada. Aí então foi que a galera lá do fundão fez a festa e cada hora saia uma piada diferente, tipo:

Acorda, pião! Vê se manca, ô bobão! E a turma ria sem parar, até que o novato sentiu a situação, começou a suar frio, olhou para o chefe e perguntou se ele queria sentar. O chefe, sem dar papo respondeu que não e continuou na mesma posição. E aquilo foi até no centro da cidade, com o pessoal do fundo fazendo gozações e o nosso colega novato suando frio cada vez mais.

Quando chegou local onde ele desceu do ônibus, a camisa podia ser torcida, de tanto que estava molhada de suor.

MAREAS
Enviado por MAREAS em 19/02/2013
Reeditado em 05/09/2023
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