Funeral

É cruel velar alguém que fez um favor de se desligar do mundo terreno.

Dá trabalho passar a noite de lado de um defunto que não vale uma lágrima,

as pessoas chegam olham,saem,dão os pêsames...

dá fome,vontade de ir ao banheiro e as horas não passam.

A noite chega e tem a galera da geral que comenta as coisas mais absurdas do defunto que prostrado não tem como se defender e se estivesse ouvindo...muita raiva havia de ter...

do fundo do corredor ouve-se risadas,é inevitável lembrar de tanta besteira e não rir,das coisas ruins...melhor não lembrar!

o dia amanhece,cheia de sono vem a parte fundamental:encomendar a alma do estupor(leia-se ente querido).

o padre coitado que nesta hora "não sabe da missa um terço" reza fielmente pelo condenado que as tantas sob o caixão debuçado olhamos uns aos outros nos questionando se seria mesmo o dito cujo ali deitado.

acabando tudo pergunta-se quem quer se despedir,doidos para acabar com aquela "papagaiada" com cara de pesar o caixão fechamos para dar continuidade aquele penoso ritual.

depois de seguir caminho tudo preparado para o descanso eterno,queimar ou enterrar?faz-se o que der menos trabalho,assim fica logo o assunto arrumado!

de volta para casa,sentam-se todos e em silêncio todos aguardam por alguma coisa que não se sabe bem o que.

-Vamos beber o defunto?

-E não era o que ele mais fazia em vida?(retruca a viúva)

em piadas e copos a noite acaba,amanhã é outro dia já ninguém vai lembrar o mal nem o bem que ele fez .quem morre...é quem se ferra!

Vane Silva
Enviado por Vane Silva em 15/02/2013
Reeditado em 15/12/2013
Código do texto: T4142113
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