A PROFECIA DO CHÁ
“Réplica amiga a um texto
de um disfarçado lagarto”
O que escreveu está bem claro
E é tão grande a evidência
Mas para nosso reparo
Continua o desamparo
Mais a triste turbulência.
Tenho pena, mas enfim
Em Alvalade, co´ um raio,
Até me parece a mim
Sem dinheiro nem xelim
Anda tudo em desmaio.
E se antes, com franqueza,
Havia ovos pelo ar
Agora, por estranheza,
Fala-se em coices na mesa
Para tudo concertar.
Nem Pinto, nem Oceano,
Nem Bruxelas, nem Ferreira,
Há que esquecer este ano
E p´ ra não haver mais dano
Acabe-se co´ a brincadeira.
Haja champanhe p´ ra gente
E um chá de belas vistas,
Batam a bolinha rente
Desapareçam da frente
Todos os oportunistas!
Frassino Machado
In RODA VIVA