O lado cômico da Dengue
O ano começa quente com o termômetro marcando mais de 40º, alguns médicos sugerem Tylenol, outros recomendam Dipirona. As autoridades sanitárias preparam novos discursos a cada dia, pedem ajuda a população, mas parece que ainda é pouco. E o mosquito vai cantando, peguei um, peguei dois, peguei três, até perder a conta e virar epidemia. Doem os olhos, a cabeça, o corpo inteiro, sem contar os calafrios que a pessoa parece estar com espírito da finada Lacraia. Mas para não ficar só no lado obscuro venho acompanhando algumas duvidas demonstradas pelo povão em forma de perguntas, que são no mínimo uma atração à parte. Por exemplo, sobre a preocupação com o ambiente; Maria A. B. Nunes Pergunta o que fazer, estava de férias com a família no litoral Baiano, mas se sentindo preocupada com o lixo que deixou no quintal, sendo que são restos de natal contendo latas de conservas e garrafas de bebidas. O agente pergunta se tem algum parente com as chaves para fazerem a vistoria ela diz que não. Pergunta se ela autoriza a entrada deles por cima do muro ela diz que não, pois os dois Pitbuls estão soltos com pouca comida, provavelmente os destroçariam numa bocada só. A outra que não quis se identificar liga irritada dizendo que sua filha está com dengue e a culpa é da vizinha que deixa sempre a caixa d’água aberta. Ao ser questionada quais os procedimentos serão adotados por ela agora, diz que a filha levará ao hospital, mas contra a vizinha deixará todos os vasos de plantas com água em cima do muro para procriar mosquitos e dar o troco na mesma altura. Um senhor da mesma região pergunta se quem contraiu a doença duas vezes na terceira pode morrer, o agente diz que é perigoso que a doença chegue mais forte, mas risco de morte só se for a hemorrágica. O moço agradeceu e se mostrou preocupado com sua esposa que está sangrando até pelos olhos. Sobre o Fumacê, aquele carro que passa cobrindo as ruas de fumaça e atraindo a criançada que pensa que tudo é festa. Perguntaram primeiro se abrir as portas e janelas seria interessante, o agente foi curto na resposta, “Lógico”! Outro questionamento; “Tenho alergia a todos os tipos de fumaça, se eu entrar na justiça consigo barrar a passagem do carro da minha rua? O agente com certa irritação responde a pergunta, “A senhora pode até tentar, mas a sua vizinhança com certeza NÃO VAI GOSTAR”! A preocupação com a saúde psicológica dos animais de estimação não ficaram de fora. “Boa tarde senhor agente, meu nome é Cleusa e moro no bairro de Lourdes, na verdade não é uma pergunta é um pedido, é que meu cachorro se irrita com o barulho do carro da fumaça, daria para passar com o motor desligado”? Obrigada. O agente rasga um papel que está segurando mastiga um pedaço, se levanta, da duas voltas em torno de si mesmo e responde sorridente;” Dona Cleusa, seu pedido será uma ordem para nós, desde que nos ceda alguém da sua família para soprar a fumaça quando desligarmos o motor!”. Não há de quê. Voltamos com uma indagação sobre a doença. “Olá meu nome é Sabrina e moro aqui no centro, meu avô morreu de Dengue e não deixou nada para mim no testamento eu posso recorrer da sua vontade? “Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! O hipocondríaco não poderia ficar fora da sabatina e no ultimo minuto ligou para entender seu caso; “ Seu agente bom dia! Eu não consigo mais tomar remédios sem a dengue se manifestar em mim! Sinto as dores, mas os médicos dizem que não tenho nada, existe um Aedes invisível? Pois acho que estou com a doença invisível!