Musas! Musas!
Essas Musas que me deixam louco
Não sei se vocês perceberam, mas meu ideal de mulher, minha Musa com M maiúsculo é a Déborah Secco. Acho-a linda, sexy, inteligente (rerererere), resumindo: um tesão de mulher.
Nisso eu imito os grandes da literatura. O Machado de Assis não tinha a Carolina? O Luiz Fernando Veríssimo não idolatra a Luana Piovani? Pois é. Eu tenho a Déborah !
Até criei uma frasezinha sacana que uso quando me perguntam:
- E aí? Tudo bem?
Então respondo na lata:
- Tirando o fato de não ter ganho na Megasena e a Déborah Secco não querer nada comigo AINDA, o resto tá legal.
Mas devo confessar em público: antes dela minha Musa era a Luciana Gimenez.
Só parei porque minha esposa um dia resmungou:
- Sabe, Tato ( é assim que ela me chama), eu tava pensando nesse negócio de você ficar o tempo todo falando que a Luciana é isso, que a Luciana é aquilo e nunca liguei. Afinal, ela não passa de uma apresentadora de televisão e nunca vai dar mole pra você. – aí se ajeitou na cadeira e tascou:
- Só que descobri que tem uma menina que trabalha no Supermercado Gimenez e o nome dela é Luciana. Será que você não quer dizer a Luciana do Gimenez?
Lógico que imediatamente mudei de Musa. Vocês, homens casados que me lêem, não mudariam?
Que eu saiba não existe nenhum Supermercado Secco. Ou existe?
Dia desses uma amiga ( se eu falo quem é, ela me mata) me cutucou:
- Mas Nickinho, você acha que algum dia vai ter alguma chance com a Déborah? Se fosse outra Débora tudo bem, mas a Secco?
Foi aí que respondi, usando toda a lógica que consegui arrumar na hora:
- Raciocina comigo ( forcei um pouquinho): a Déborah só namorou homens bonitos até hoje. O Maurício Mattar, o Dado Dolabela, o Falcão do Rappa e agora tá de caso com o Roger do Corinthias. Certo? (ela concordou em silêncio). Magina se um dia ela acorda, decide que deve mudar de critérios, vai dar chance para os feios , tatati tatatá e cruza comigo na rua. TÔ FEITO!!!
Pois não é que dia desses fui no Jô. Eu havia mandado alguns textos, a produção se interessou e me chamaram para tocar no assunto da dificuldade de publicar na grande imprensa.
Além de mim, havia um escultor do Nordeste que fazia maravilhas em madeira e quem mais? Quem mais? Pois é! A Déborah.
Durante a entrevista( a minha) o Jô comentou da minha admiração( o termo era outro terminado em ão) por ela, riu um pouquinho das coisas que falei, cometeu uma piada sobre o assunto. Enfim, aqueles troços que sempre faz e me despachou rapidinho. Era a vez dela no terceiro bloco.
Terminado o programa, é claro, fui no camarim pedir um autógrafo. Ela, toda vamp, assinou o papelzinho, limpou os olhos com um lenço( sei não, acho que tinha chorado) e me entregou, toda charmosa, aquele ligeiro estrabismo me fazendo ver estrelas e luzes na parede.
- Então o senhor é meu fã número 1?
Fiz um humhum o melhor que pude. O diacho das palavras e das frases lindas que passei o tempo todo ensaiando teimavam em ficar enroscadas na garganta.
- Sabe que fiquei comovida com sua admiração?
Eu não sabia se ela perguntava ou afirmava. Na dúvida respondi um “é?” ridículo.
- E estou na fossa. ( Magina, uma deusa daquelas na fossa?) Sabe que terminei com o Falcão, não sabe?
Eu sabia . Havia lido na Tititi. Só não entendia a situação do Roger. Se ele descobre um confissão dessas, sei não! Súbito ela deu uma arregalada de olhos, me mirou de alto a baixo e tascou:
- Pôxa, até que você não é tão feinho como se afirmou no perfil do site!. Vou confessar, é feio sim, mas até que é um feio bonitinho.
Eu não sabia se ela estava me elogiando ou me zoando e fiz humhum de novo.
Foi aí que ela falou:
- Fiquei comovida com sua dedicação e nunca tive nada com um homem feio. E hoje estou com vontade de experimentar. Topas?
Prontamente pensei naquele seriado de televisão, O Além da imaginação. Só podia ser isso: eu estava participando de um episódio sem saber. Inda procurei em vão uma câmera escondida nalgum canto da parede,tipo aquelas do Big Brother, mas nada!
As pernas bambearam, os sentidos sumiram, a fala desceu junto com a respiração e depois duns dois minutos de silêncio da minha parte, esperando as coisas voltarem ao normal, respondi que sim.
- Só tem um negócio ( sempre tem!): até hoje só tive homens lindos e preciso manter minha fama de devoradora de homens maravilhosos. Além disso tem o problema do Roger.Eu quero passar a noite com voce( eu não estava acreditando!)
– Só que não pode contar isso para ninguém. Será um segredo nosso. NINGÚEM DEVE SABER!- grifou.
- Pra ninguém? Mas ninguém mesmo?
- É.
- Nem na minha cidade, Bitinga City? Que nem sai na mídia? E vive escondida numa manchinha do mapa?
- Nem lá.
Então dei uma respirada profunda. Analisei a situação com serenidade e fiz o que qualquer homem faria numa situação dessas, frente uma Deusa como ela.
- Então deixa quieto!
E fui embora. Qual a graça?