Almoço frugal para bêbados hiperbólicos
- O que você disse, Frank? – gritei, enquanto cortava em quarenta pedaços uma cebola pequena.
Deitado no sofá, sem camisa e aparentemente bêbado, ele grita:
- Eu disse que as pessoas precisam entender que a morte é a salvação, Edgard. Os dias acabam; as noites nem sempre são escuras; o petróleo está com os dias contados e a vida... Oh, veja, a vida não tem sentido, Edgard.
O vermelho dos tomates se misturou ao vermelho do sangue que jorrava do meu dedo cortado enquanto o azedume da cebola impregnava o ferimento.
- Frank – respondi -, eu realmente não me importo. Por que você não me trás outra cerveja enquanto eu tento limpar esse sangue todo aqui, em? Gosta de molho de tomate ensanguentado?
- Oh, shit, Edgard, blood?
- É Franklin… Blood!
- Oh, shit, shit, shit Edgard!