Diálogos Improváveis I: Luis Fernando Veríssimo e a Morte

Luis Fernando Veríssimo: Pô, Morte, qual é a sua?

Morte: Ahn?

Luis Fernando Veríssimo: Chega pra lá. Acabo de dar entrevista na Época pedindo mais uns dez aninhos e você chega junto?! E logo agora que consegui marcar o papo telefônico com a Angelina Jolie para o sexo oral que tanto espero.

Morte: Luis, tenho uma coisa para te dizer... Há tempos eu gosto de você. Amor

platônico, sabe? Dilema constante. Agora você lançou um de seus melhores livros e resolvi me aproximar.

Luis Fernando Veríssimo: Mas nós nunca nos encontramos!! Só me falta essa. Eu queria a Angelina e você é que aparece. Você é bonita, mas com todo o respeito, a Angelina me atrai mais.

Morte: Está fora de meu controle. Estamos na era virtual. Apaixonei-me pelos seus textos que li na web. Pelo YouTube eu adoro ouvir você tocar no menor sexteto do mundo.

Luis Fernando Veríssimo: Mas eu já estou meio passadinho... Sou introvertido. Não muito simpático.

Morte: Eu não ligo para a beleza exterior.

Luis Fernando Veríssimo: Não liga não? Então vamos ver: se você chegar mais perto eu vou escrever uma crônica confirmando que você é aquela do manto negro, feia e com uma foice.

Morte: Eu sei que você nunca me imaginou assim. Sempre soube que sou o auge da vida. A única inevitabilidade.

Luis Fernando Veríssimo: Sou escritor. Brinco com o imaginário das pessoas. Não me desafie.

Morte: Eu te mato!

Luis Fernando Veríssimo: Ops.. Literalmente?

Morte: Não... Seria jogo sujo. Sei que tenho o poder e que você ainda tem muito a criar. Mas é o meu Id, sabe? E eu não tenho Alter Ego. Até que contigo ainda tenho esse respeito, essa consideração de pedir e ir chegando aos pouquinhos; vai Luis Fernando... Me deixa te abraçar...

Luis Fernando Veríssimo: Meu Id até pensa que, se você conseguisse um ménage com a Angelina, podia ser... Mas ela ainda é muito jovem e anda ajudando os miseráveis. E a mim o que importa agora é meu Ego. Ainda tenho planos, sabe... O Internacional e o Botafogo campeões, o...

Morte: Aí é demais; não vou esperar tanto!

Luis Fernando Veríssimo: Pô. Lembra que você não será a primeira, mas será a última mulher da minha vida, com certeza. Só considere que ainda não é a hora deste Ser aqui virar Nada.

Morte: Olha aí! Boa! Eu já peguei o Sartre. Imagina um diálogo impossível seu com ele!

Luis Fernando Veríssimo: Não me enrola. Sou ateu. Pera lá, na verdade sou cético total aberto a revelações. Me conta, vai dar para tomar uísque com o Millor e o Chico lá?

Morte: Já estás se entusiasmando!!

Luis Fernando Veríssimo: Não... Realmente prefiro ficar mais um pouco. Seguinte: eu faço uma crônica falando de sua beleza, desmistificando aquela mitologia idiota de que você é má, mostrando como você é legal, faz parte da nossa vida. Aliás, escreverei vários textos. E num deles falarei até que o seu bumbum parece o da Carine Felizardo.

Morte: Ai Luis, você gosta mesmo do meu bumbum?

Luis Fernando Veríssimo: É lindo. Você é muito bonita! Se tivesse aquela boca carnuda dava empate técnico com a Angelina. Eaí? Negócio fechado? Você me busca daqui dez anos e daqui até lá eu escrevo um monte de coisas falando bem de você?

Morte: Deal!

E o Luis volta para casa ainda no dia 01/12/2012, vê o Botafogo ganhar do Flamengo e o Inter ganhar do Grêmio. E começa a cumprir a promessa com uma criativa crônica sobre a beleza da Morte.

Ruís Ferdinando Falsíssimo
Enviado por Ruís Ferdinando Falsíssimo em 01/12/2012
Código do texto: T4014573
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.