MEU MAPA ASTRAL
Eu estava em meu escritório, tentando esclarecer alguns laudos, quando uma preguiça danada tomou conta do meu corpo. Preguiça para trabalho profissional, daquelas que impedem a gente até de fazer algo financeiramente compensador, dinheiro vivo mesmo e rápido.
Pois bem, já que não estava mais com “vontade” de esclarecer nada, passei então a escrever pensamentos pretensamente complicados, textos de contemplação, filosóficos ou coisa semelhante. Foi quando eu comecei a escrever a primeira frase e ouvi minhas distintas colegas secretárias levantando seus mapas astrais por computador. Era adivinhação pra tudo que era lado, ano, mês, dia e hora de nascimento. De repente partiram para cima de mim buscando saber tudo sobre o meu nascimento. Eu desconhecia a hora (inventei é claro), logo fiquei sabendo que sou Leonino com ascendência em Leão e lua em peixes, isso caso tenha nascido realmente até às 00:59 horas, caso tenha passado desse horário até as duas, minha lua estaria em peixes, depois disso, de hora em hora, minha ascendência e lua teriam outros signos. Deixei as meninas levantarem meu mapa, acreditando que logo após a feitura dos mesmos, eu poderia ficar na paz de um silêncio inspirador, para meus profundos sentimentos literários, até porque, também elas, tinham mais o que fazer. Mas tive o azar do meu mapa, traçar um perfil totalmente oposto daquilo que transmito ou pareço. Poxa, eu tinha que ser mais agitado, era o que o mapa dizia, aliás, agitado, amoroso, trabalhador, ciumento, tímido, calado e um montão de outras qualidades que não se encaixam muito bem comigo. Nossa, nunca tinha visto as meninas tão irritadas, intolerantes. Discutiam entre si, faziam especulações a meu respeito, as mais inacreditáveis possíveis. Falavam alto e sério. Chegaram a conclusão que eu sou uma fraude, um amontoado de personalidades, um anacronismo de caráter. Definitivamente, não sou quem eu sou e muito menos quem eu penso que sou. Muito provavelmente meu pai errou de alguma forma, quando foi me registrar. Sei lá, demorou a faze-lo e mentiu na data. Achou-me na esquina e falsificou minha certidão, sou filho do vizinho e tenho oito anos a menos, sou meu irmão brincando de dupla personalidade ou sou meu pai relembrando os tempos da juventude. Bem, Uma coisa é certa ou eu não sou quem eu penso que sou, ou contratei um bando de malucas para trabalharem comigo.
Eu estava em meu escritório, tentando esclarecer alguns laudos, quando uma preguiça danada tomou conta do meu corpo. Preguiça para trabalho profissional, daquelas que impedem a gente até de fazer algo financeiramente compensador, dinheiro vivo mesmo e rápido.
Pois bem, já que não estava mais com “vontade” de esclarecer nada, passei então a escrever pensamentos pretensamente complicados, textos de contemplação, filosóficos ou coisa semelhante. Foi quando eu comecei a escrever a primeira frase e ouvi minhas distintas colegas secretárias levantando seus mapas astrais por computador. Era adivinhação pra tudo que era lado, ano, mês, dia e hora de nascimento. De repente partiram para cima de mim buscando saber tudo sobre o meu nascimento. Eu desconhecia a hora (inventei é claro), logo fiquei sabendo que sou Leonino com ascendência em Leão e lua em peixes, isso caso tenha nascido realmente até às 00:59 horas, caso tenha passado desse horário até as duas, minha lua estaria em peixes, depois disso, de hora em hora, minha ascendência e lua teriam outros signos. Deixei as meninas levantarem meu mapa, acreditando que logo após a feitura dos mesmos, eu poderia ficar na paz de um silêncio inspirador, para meus profundos sentimentos literários, até porque, também elas, tinham mais o que fazer. Mas tive o azar do meu mapa, traçar um perfil totalmente oposto daquilo que transmito ou pareço. Poxa, eu tinha que ser mais agitado, era o que o mapa dizia, aliás, agitado, amoroso, trabalhador, ciumento, tímido, calado e um montão de outras qualidades que não se encaixam muito bem comigo. Nossa, nunca tinha visto as meninas tão irritadas, intolerantes. Discutiam entre si, faziam especulações a meu respeito, as mais inacreditáveis possíveis. Falavam alto e sério. Chegaram a conclusão que eu sou uma fraude, um amontoado de personalidades, um anacronismo de caráter. Definitivamente, não sou quem eu sou e muito menos quem eu penso que sou. Muito provavelmente meu pai errou de alguma forma, quando foi me registrar. Sei lá, demorou a faze-lo e mentiu na data. Achou-me na esquina e falsificou minha certidão, sou filho do vizinho e tenho oito anos a menos, sou meu irmão brincando de dupla personalidade ou sou meu pai relembrando os tempos da juventude. Bem, Uma coisa é certa ou eu não sou quem eu penso que sou, ou contratei um bando de malucas para trabalharem comigo.