"O CASAMENTO DE ANTIGAMENTE".
   ARMANDO LEMES.
 
Eu ainda sou do tempo,
vou mostrar como exemplo,
como a gente namorava.
A primeira namorada,
tinha que ser conquistada,
como a gente batalhava.
 
A gente ficava na paquera,
de longe na espera,
de ser correspondido.
Se tivesse total sucesso,
considerava um progresso,
ficava envaidecido.
 
 Para poder namorar,
o pai tinha que aceitar,
consentindo ou não.
Tinha que falar com ele,
se não fosse do agrado dele,
adeus amor, adeus paixão.
 
Era uma verdadeira sabatina,
para namorar a menina,
o jeito era se enquadrar.
Somente no fim de semana,
no começo sua mana,
tinha que acompanhar.
 
Segurar na mão só às escondidas,
beijar nem pensar querida,
entrar só até no portão.
Mesmo assim era mais gostoso,
o amor era consciencioso,
sempre acabava em união.
 
Do namoro saia o noivado,
um ato abençoado,
que era uma tradição.
Virgindade valia ouro,
essa era o maior tesouro,
uma verdadeira obsessão.
 
Sexo só depois do casamento,
era como um documento,
que você tinha que cumprir.
Se acontecesse antes,
de maneira elegante,
você tinha que sumir.
 
A vida era levada a sério,
não tinha nenhum mistério,
era a cultura da época.
O casamento um compromisso,
se você desse o sumiço,
te pichavam de boneca.
 
Autor-Armando Lemes-30 de setembro de 2012.