Dormindo com o inimigo do dia... (II)

1:30 h

Ahhh... o sono das rainhas...

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz z z z z z

Abro os olhos no momento exato em que um ser estranho negro-azulado corta caminho saindo de baixo da minha cama indo direto para baixo do guarda-roupa... e eu sem respirar...

Aiiiiii... a insônia dos plebeus...

... arrependidos pelo vacilo... não havia trancado a janela antes de escurecer... e deu no que deu...

Mas que criatura feiazinha é essa??? Que patas enormes são essas??? Se não é lobo... quiçá bobo... talvez seja... ééé... asqueroso... ééé... mor... ééé... mor... é isso mesmo!

Lancei mão de um frasco de veneno e borrifei no... na... coisa!

O... a... coisa ficou ali... inerte!

Dei-lhe uma vassourada!

O... a... coisa ficou ali... inerte!

Repeti a dose do veneno e... nada!

Outra vassourada e... nada!

Só tomando um ar... me intoxiquei... cof... cof... cof...

O... a... coisa-ruim-inanimada ficou me olhando... como se fosse dono (a) do pedaço...

E eu fiquei inerte!

Minutos (trinta...) depois me convenci. Acordar os vizinhos... nem pensar... ligar pra família... a essa hora... tem jeito não. Só se... mas, cadê o celular?

-Alô... ééé... o senhor me desculpe, mas é que... tem um bicho enooooorme no meu quarto e eu não conseguirei dormir... pode me ajudar???

-Mas a senhora está sozinha???

(Eu diria que não ó Mané, porém, frente às circunstâncias do medo... diante de uma autoridade... melhor não arriscar... )

-Sim senhor... estou... pode me ajudar?, repito já apreensiva...

-Claro... fique calma... enviarei a viatura.

(Ei... é viatura sim... por quê? Queria que chamasse quem???)

Dois minutos depois... vejo pela fresta do portão que tem um carro parado na porta... sirenes desligadas, dado o avançado da hora...

-O senhor pode entrar, por favor, o “ele” está lá no quarto e não tem cara de que quer sair não...

-Isso acontece!

(Dotado de uma calmaria que não sei vinda de onde... ele disse isso como se todos os dias entrasse um ser estranho em todas as casas da cidade... Será???)

-A senhora tem uma sacolinha?

(Fiquei com vontade de lhe perguntar se não lia jornais e/ou não assistia à TV e lhe dizer que por causa da sustentabilidade e a campanha “obrigatória” de não poluir o planeta, os supermercados não estavam mais distribuindo... mas, uma dúvida me abateu... será que ficaria ofendido?)

-Claro... um momento, por favor.

(Aiai... isso tá demorando... )

Bem... de posse da vassoura, da sacolinha, da coragem inerente à função que ocupa... lá foi ele...

-É uma criatura dócil...

(Dócil??? Acho que ele verdadeiramente desconhece o significado desta palavra... Por quê não leva pra sua casa e presenteia alguém??? Pensei... )

Indubitavelmente, ele ficou ali falando sozinho...

Eu??? Fiquei bem longe... pra não atrapalhar a missão...

Caso resolvido. Uahhhhhh...

2:00 h

Insônia...

3:00 h

Insônia...

4:00 h

Inssszzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Maricília Lopes Silva
Enviado por Maricília Lopes Silva em 28/07/2012
Reeditado em 28/07/2012
Código do texto: T3801598
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.