Por que abandonaram o vinil?
- O estranho geral dessa passagem é que abandonaram completamente os discos.
- Pois é.
- Aquele que cuidava tão bem dos long-plays a ponto de lavá-los com cerveja...
- Descartou a preciosa discoteca no lixo. Com encarte e tudo.
- Esplêndidos encartes. Bons tempos.
- Vai dizer que é saudosismo?
- Modera. Apartamentos onde habitavam grandes discotecas foram desocupados da noite para o dia.
- A loja de discos com seu dono, fornecedor da mais longa memória sentimental aos clientes, encerrou atividades.
- Por quê? Quem é que sabe?
- Sinto-me incapaz de compreender porque abandonamos o vinil. Foi uma escolha civilizatória próxima de todos porque modificamos o padrão da técnica desprezando a essência básica primeira.
- Ficou visível.
- Ficou patente.
- É estranho. Poderiam ouvir um disco entre milhares de opções excelentes e logo um CD, mas suprimiram a hipótese, romperam com a reciprocidade afetiva diante da primeira variante. Dava para conjugar. Os discos permaneceriam aliviados na sala dos líricos, voluptuosos. Os Cds dispostos ao modo atual.
- Concordo plenamente. Creio que o toca-disco leva grande vantagem porque permdite uma palhinha do cantor somente no refrão que ficava na metade da faixa, lado B.
- É. Dava para curtir refrão pelo cálculo mental da faixa.
- Boa! Agora estão perdendo para o pen-drive?
- Tem esse negócio de baixar...
- Pense nisso: Os nossos antepassados abandonaram o vinil rapidamente. Isto é um mistério!
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( Ao fundo uma música dramática com samba – Do vinil para o CD. O show.)