ELE OU ELA?

Não se entenda aqui nenhuma apologia a homofobia.
Este texto tem como única finalidade, relatar uma situação vivida por essa ministra, que sendo Ministra em Gorobixaba, não tem nenhuma regalia. Nem pizza, nem festa...Vou me mudar pra brasilândia!


17:20. Entrei no ônibus, diga-se de passagem, tão lotado, quanto barriga de gêmeos: Pé aqui, pé ali, pé acolá, segui direto para a traseira do ônibus.
Ufa! Um lugarzinho para por meus pés, peraí, minha bolsa ficou presa em algum traseiro.
Puxa daqui, puxa dali. Soltou a bolsa, ainda bem porque qualquer outra coisa que o traseiro soltasse além da bolsa a coisa ia feder. Literalmente.

Devidamente acomodada, com minha bolsa de ombro, toda mulher leva uma, cheia de coisas, todas utilíssimas, uma frasqueira, ou necessaires, ou marmiteira, termo mais apropriado, pois é aqui que levo o meu repasto, e uma sombrinha indispensável, para um nordeste de tempo imprevisível, que não tem serviço de meteorologia que consiga ser levado a sério.

Com todos os dez dedos das mãos bem seguros onde podia, dirigi os olhos através de uma janela, estratégia utilizada por quem usa esse meio de transporte, evitando-se o constrangimento de se encarar sem querer, outros passageiros.
De repente meus olhos se fixaram na figura mais caricata que já vi.
Meu Deus! Ela se caracterizou tanto que está mais homem que mulher!

Transcorridos 25:00 minutos, entrou uma passageira, que conseguiu depois de árdua luta se instalar, ao meu lado. Pude ouvi-la por sobre meu ombro, numa saudação entusiasmada:
Oi Pépe?
Estupefata, vi se travar um diálogo, entre a mulher que acabara de entrar no ônibus, e o ser mais estranho que já vi.
Não era ela se transformando nele! Era ele se transformando nela!

Meu Deus esse mundo tá mesmo confuso. Eu não consigo reconhecer minha própria espécie!

VERAYEVA LUCENKA, Ministra o Direito à Liberdade do Reino de Gorobixaba, à vocês: Beijos de amorhumor!