SANGUE-FRIO
O banco de sangue de um hospital de uma cidade interiorana carecia urgentemente de doadores para atender a demanda dos seus pacientes e promoveu uma campanha bastante agressiva na mídia regional:
- Precisa-se de doadores voluntários de todos os recantos deste país. Os cem primeiros que se apresentarem, munidos de todos os documentos, concorrerão a um prêmio especial. Se dentre esses doadores, for encontrado um que tenha bastante sangue-frio, ele concorrerá a uma viagem marítima com destino a Bariloche, nos próximos dez dias.
De acordo com os detalhes técnicos daquele anúncio, todos os candidatos deveriam se apresentar ao endereço e horário ali mencionados, em jejum, e assim que a doação terminasse seriam realizados os sorteios dos prêmios antes anunciados.
Como se tratava de uma campanha que atrairia muitos doadores e aquele hospital temendo uma aglomeração gigantesca contratou algumas ambulâncias dos municípios vizinhos para darem suporte à grande demanda que o evento proporcionaria.
Dentre os veículos ali presentes havia uma ambulância que chamava muito a atenção de quem por ali transitava. Ela mantinha no seu interior uma geladeira tamanho-família e segundo o comentário que rolava entre as pessoas da fila de doadores, aquele foi o primeiro veículo a chegar, lá por volta das 03:00h da madrugada, ocupando de imediato uma vaga estratégica do pequeno estacionamento.
O motorista dela logo procurou ocupar uma das primeiras posições da fila de doadores e, à medida que a fila andava, ele demonstrava um comportamento muito estranho: frequentemente avisava às demais pessoas que estavam ali na fila que ele precisava sair por alguns segundos da sua posição e depressa se dirigia ao local onde estava o seu veículo, preocupando-se em manter a porta da geladeira entreaberta por alguns instantes.
Todos estavam curiosos com aquele seu "entra e sai" da fila de doadores, mas não sabiam que o pior estava por acontecer. Assim que chegou a vez daquele homem doar ele saiu em disparada na direção de sua geladeira e gritou:
- Chegou sua vez, Antonio, saia correndo daí e trate logo de doar seu sangue, senão você vai morrer congelado, rapaz!
Sem sombra de dúvida, ali estava o doador que tinha mais sangue frio para doar dentre os que participavam daquele concurso e, no entender dele, certamente seria ele o virtual ganhador do prêmio maior que seria sorteado durante aquela ação comunitária aparentemente voluntária.
O banco de sangue de um hospital de uma cidade interiorana carecia urgentemente de doadores para atender a demanda dos seus pacientes e promoveu uma campanha bastante agressiva na mídia regional:
- Precisa-se de doadores voluntários de todos os recantos deste país. Os cem primeiros que se apresentarem, munidos de todos os documentos, concorrerão a um prêmio especial. Se dentre esses doadores, for encontrado um que tenha bastante sangue-frio, ele concorrerá a uma viagem marítima com destino a Bariloche, nos próximos dez dias.
De acordo com os detalhes técnicos daquele anúncio, todos os candidatos deveriam se apresentar ao endereço e horário ali mencionados, em jejum, e assim que a doação terminasse seriam realizados os sorteios dos prêmios antes anunciados.
Como se tratava de uma campanha que atrairia muitos doadores e aquele hospital temendo uma aglomeração gigantesca contratou algumas ambulâncias dos municípios vizinhos para darem suporte à grande demanda que o evento proporcionaria.
Dentre os veículos ali presentes havia uma ambulância que chamava muito a atenção de quem por ali transitava. Ela mantinha no seu interior uma geladeira tamanho-família e segundo o comentário que rolava entre as pessoas da fila de doadores, aquele foi o primeiro veículo a chegar, lá por volta das 03:00h da madrugada, ocupando de imediato uma vaga estratégica do pequeno estacionamento.
O motorista dela logo procurou ocupar uma das primeiras posições da fila de doadores e, à medida que a fila andava, ele demonstrava um comportamento muito estranho: frequentemente avisava às demais pessoas que estavam ali na fila que ele precisava sair por alguns segundos da sua posição e depressa se dirigia ao local onde estava o seu veículo, preocupando-se em manter a porta da geladeira entreaberta por alguns instantes.
Todos estavam curiosos com aquele seu "entra e sai" da fila de doadores, mas não sabiam que o pior estava por acontecer. Assim que chegou a vez daquele homem doar ele saiu em disparada na direção de sua geladeira e gritou:
- Chegou sua vez, Antonio, saia correndo daí e trate logo de doar seu sangue, senão você vai morrer congelado, rapaz!
Sem sombra de dúvida, ali estava o doador que tinha mais sangue frio para doar dentre os que participavam daquele concurso e, no entender dele, certamente seria ele o virtual ganhador do prêmio maior que seria sorteado durante aquela ação comunitária aparentemente voluntária.