O Paciente e o Médico

Desenvolvendo através da Poesia a Norma Culta

e a Linguagem Coloquial.

Bom-i dia sinhô dôtor

Dei-me cá vossa lincença

Pru mode eu contar as quêxa

Qui me tira a paciença.

Sente-se senhor Joaquim

E fique bem a vontade

Conte-me tudo o que sente

Me fale toda a verdade.

Sô lá home de mintira

Pru sinhô falar assim

Tô é cum-a dor nos peito

No figo,istambu e rim.

Ainda doi a cabeça

Qui lateja e dá xunxada

Na ispin-a é cada furo

Cuma se fôsse facada.

Um diacho dum-a disinteria

Fai meus zói iscurecer

O suó lavano a cara

Parece qui vô morrer.

Calma,senhor Joaquim

Vou agora medicá-lo

E com a ajuda de Deus

Com certeza irei curá-lo.

Ispere ai seu dôtor

Veja o qui vai passar

Cachete eu num ingulu

Cum medo de me gasgar.

Mim-as párte eu num amostru

Pra ninguém dá injeção

Se quiser furar meus braçus

Tem a mim-a premisão.

Precisamos conversar

O senhor tem que entender

Não aceitando a medicação

O pior pode ocorrer.

Estou aqui para ajudá-lo

Esta é a minha missão

Mas só poderei cumpri-la

Se houver compreensão.

Cum essas palavra bunita

O sinhô me cunvenceu

Discuipe a ingnorança

perdôi o coitado deu.

O sinhô home istudado

Sabe o qui tá fazeno

Parabém vossa incelença

Má jude queu Tô morreno!..

Angela Lucena
Enviado por Angela Lucena em 27/06/2012
Reeditado em 27/06/2012
Código do texto: T3746827