O CASAMENTO

O casamento

Em uma certa tarde de sábado, numa primavera dessas, estava previsto haver um casamento. O local era uma homenagem à ecologia, um jardim cheio de borboletas, formigas, mosquitos, capim, flores, abelhas e pássaros cantando..., outros sujando, ou seja, um local bem pouco tranquilo, uma merda mesmo para quem gosta de cidade.. Nada romântico, mas já estava marcado.. .

Enquanto os garçons e organizadores corriam de um lado para o outro por vezes se esbarrando para arrumarrem ou pelo menos darem um trato no jardim, alguns passarinhos não demonstravam qualquer interesse no que estava rolando e continuavam as suas vidas, continuavam cantando e sujando. Eles tomavam conta dos seus ninhos e voavam de um lado para o outro e assim como os garçons, volta e meia se trombavam e soltavam penas. As borboletas voavam em cadência própria e pareciam incomodadas com aquele movimento todo.

De repente os convidados começaram a chegar. Moças e mulheres encantavam a todos com seus belos acessórios e com seus já não tão belos maridos e as solteiras cantavam homens que pareciam estar solteiros. Se bem que algumas queriam apenas acertar uma transa para mais tarde com um cara não gay (não veado define melhor o que elas procuravam).

Cada detalhe da arrumação tinha sido delicadamente preparado, por um veado.

O bolo do casal foi uma atração a parte. Outro veado foi quem preparou.

A mãe da noiva usou um belo colar de amante, diamante com detalhes em pérolas e chamava bastante atenção, principalmente devido ao seu decote generoso. O pai da noiva, de olho numa amiga da sua filha, não estava nem aí.

Cada madrinha tinha o seu bouquet e belos seios Mas o bouquet e os seios da noiva foram os destaques. Eles eram diferentes, florido – o bouquet, rígidos – os seios mas com algum balanço também, principalmente quando ela caminhava, porque ela estava sem sutiã .

Após algum tempo, muito tempo de espera para quem tinha outros planos para depois da cerimônia, as madrinhas e a noiva entram no jardim pelo caminho aberto entre as cadeiras, flores e as trilhas de formigas.

As madrinhas que usavam sandálias foram fortemente picadas pelas formigas - - que estavam irritadas com aquela movimentação toda e excitadas com a possibilidade de atacar os doces e o bolo - e usavam as suas tiaras para coçar as mordidas e espantar as danadinhas. Tentavam ser elegantes, sorriam , mas não conseguiam disfarçar a saia justa que se meteram.

O casamento então não aconteceu. Deu a maior merda. Tudo tão especialmente planejado. Mas o noivo... mandou o Lima... não deu as caras.

Aquela comidança toda (comida e dança) esperando, a fome aumentando, o bufet já pago.... Não, paciência, depois a gente vê o que aconteceu com o noivo.! Ainda não acabou! Mesmo sem casamento a noite só está começando e o jantar será servido. Pau na máquina!

A festa continuou até tarde com muita música, dança, abraços, sarros, cantadas e conversas e as formigas mandando ver no bolo.

Mas aquele bolo, heim? Estava mesmo uma delícia, elas comentavam.

Fim.

Karpot
Enviado por Karpot em 21/06/2012
Reeditado em 24/06/2012
Código do texto: T3737023
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