O ALUNO INDECENTE, O PROFESSOR E A PALMATÓRIA
Felizmente não cheguei a conhecer esse antigo e popular instrumento de tortura travestido de disciplinador nas escolas. Segundo Antônio Houaiss, palmatória é uma pequena peça de madeira com cinco orifícios em cruz e provida de um cabo usado como castigo para bater na mão do acusado. Dizem que em alguns países do oriente ele ainda é usado, no Brasil na década de 1980 seu uso passou a ser crime.
Meu avô me contava causos do malfadado aparelho. Ele disse que em sua escola, lá nos cafundós de Minas Gerais, o professor fazia um duelo entre os alunos. Dois deles, aleatoriamente, iam ao quadro negro e faziam perguntas de tabuada entre eles, o que não soubesse responder, tomava um “bolo” do outro, isto é uma pancada na palma da mão com a palmatória. A dor era terrível, as mãos ficavam vermelhas. Tinha dois alunos, que disputavam as notas mais altas, que viviam as turras um com o outro. Um deles sempre levava vantagem nas disputas de tabuadas, vivia dando bolo no outro. O que perdia jurava vingança, mas esta vingança nunca chegava. O professor resolveu mudar a disputa: quando os dois fossem disputar, poderiam fazer qualquer pergunta ao outro desde que fosse alguma coisa séria.
Certo dia coincidiu que os dois fossem ao quadro negro. O que perdia pensou:
-Vou fazer uma pergunta que ele não terá coragem de responder, e aí eu me vingo, vou arrebentar a mão dele...
Chegou sua vez de fazer as perguntas e começou:
-Qual é o maior osso do corpo humano?
-O fêmur.
-Em quantas partes se divide o corpo humano?
-Cabeça, tronco e membros.
-A pessoa que tem só uma perna como é chamada?
-Perneta.
-A pessoa que só tem uma mão?
-Maneta.
-A pessoa que só tem um punho? E ficou esperando o silêncio do outro como resposta mas o moleque sem titubear respondeu:
-Punheta!
O professor interrompeu a disputa e disse:
-Vou dar eu mesmo seis bolos para vocês dividirem, o que perguntou e o que respondeu.
E deu três bons bolos nos dois...
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