"BANDEIRINHAS "A MEIO MASTRO...

Em época de festa junina:

Eu entrava naquela sala exatamente no horário do café, momento em que alguns funcionários conversavam a trocarem suas experiências do final de semana.

Sempre ando com certa pressa naquele horário, porém daquela vez, parei ali com certa curiosidade para me "antenar" no assunto vasto que ali rolava e que, claro, quase sempre me rende uma cronica, com de fato aqui me rendeu.

Ali todos se conhecem já há um longo tempo, de forma que certos assuntos, digamos, mais "constrangedores" do que proibitivos, acabam por ser abordados pelos amigos de todas as faixas etárias com certa naturalidade.

Ela, uma senhora de meia idade,digamos assim, " acima de qualquer suspeita maliciosa", bem casada, quase avó, e sempre adepta das mais variadas reuniões da igreja, vejam só, dizia que o assunto do domingo por lá, enquanto faziam os preparativos para a festa junina, tinha enveredado pela sexualidade das pessoas.

O foco era "certos remédios".

Ora, nada de novo, super salutar aliás, porque na verdade o assunto bomba em todos os lugares, porém partindo dela, achei novidade, algo até engraçado e então parei para ouví-la, dado ao seu recato tão explícito e costumeiro frente a tudo que seja mais..'picante".

"Você sabia?" me perguntou ela com os olhos bem arregalados, "você sabia que existe um remédio para os homens que funciona por trinta e seis horas?".

Como fui pega de surpresa e diante de tantos remédios que existem e que funcionam para tantas coisas,entrei no meu automático e lhe devolvi a pergunta:"funciona para quê?", logo ouvindo a gargalhada da sala inteira.

"Ah, sim ,claro sabia sim", lhe respondi meio sem graça.

"É mesmo?- mas me conta como é isso direito, é demais, trinta e seis horas, e a coisa não cansa de ficar em pé?" - me perguntou ela mais boquiaberta ainda...

Antes que eu lhe respondesse duma forma bem didática, um amigo indignado e bem mais sabido, logo lhe explicou tudo e parecia todo bem entendido mesmo: " ei , espera aí, não é assim não, você pensa o quê?- que a coisa funciona o tempo todo como uma bandeira a inteiro mastro? Ara, tem que ter estímulo certo para funcionar...mesmo com o tal remédio..."

Aí sim a gargalhada foi geral. E eu obviamente que agradeci pela aula antecipada por um expert, um perito no assunto.

Mas saí de lá meio pensativa...

Parece que, pelo interesse e sapiência que ali presenciei, vivemos uma epidemia de bandeiras hasteadas "a meio mastro".

Acho que aquela turma precisa dum quentão bem forte..com bastante gengibre.