- VEM NA FÉ

A moça na janela, esboça um riso

E sabe que é pura tentação

Pro moço amado ver o impreciso

Num gesto sedutor, acena a mão.

Apluma ao parapeito num trejeito

Deseja conquistar seu coração

Decote faz moldura pro seu peito

E a boca indica ao moço a direção...

Espera tresloucada o passo lento

Que distancia o céu de seu tormento

E sente o seu desejo mais ardente

Junto de sí, o homem mais caliente

Quem dera, a noite toda em doce enleio

O gosto deste moço, atado ao seio.

ANA MARIA GAZZANEO

Quem brinca com fogueira se dá mal,

Mineiro com mineira; desconfio,

Perdendo da meada, logo o fio,

Levando o meu pescado no bornal.

Motel no interior é matagal,

Vamos devagarzinho e sem um pio,

Prometo um carrossel, um rodopio,

Quem já provou achou sensacional...

Cuidado, quem avisa é gente amiga,

Costuma neste mato ter formiga,

Daquela sem vergonha, a lava-pé,

Meu bem está gostoso esse forró,

O trem se ficar bom, levanta o pó,

Mas pode vir tranqüila, vem na fé...

MARCOS LOURES

ANA MARIA GAZZANEO e MARCOS LOURES
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 08/05/2012
Reeditado em 09/05/2012
Código do texto: T3656539