Meus dotes
Um sorriso bem peralta
Bom humor, num bom pacote
De nada sentirá falta
A vítima do meu bote.
E terá tempo de sobra
Para só se divertir
Da fatura que lhe sobra
Até poupar vai conseguir.
O meu pai é um sultão
Só de ouro tem baús
Se me der a sua mão
Tudo teu, pois fará jus.
Só não dou meu coração
Que pertence ao falecido
Morte louca, um dramalhão
Por ninguém foi socorrido.
Numa trama infernal
Se espetou em sua espada
Sequer fui no funeral
Mas fiquei desconsolada.
Assim jurei ser só sua
Mas preciso por um fim
Na fofoca lá da rua
Povo que fala de mim.