bons tempos.
Havia pouco tempo que tinha chegado em Ouro Preto em uma época que a cidade possuia ares de interior, hoje pouco conserva daquele modo de vida, que me faz lembrar com certo ar de nostalgia quando pacientes principalmente da área rural, nos traziam presentes inusitados, como doces, por sinal deliciosos, pinga, e até lingüça feita em casa.
Fato interessante foi o de um destes pacientes que sempre que consultava comigo, dizia que iria trazer um presente da roça, mal poderia saber exatamente qual seria a surpresa que um dia, o mesmo apareceu na minha casa, em horário que eu não me encontrava, e deixou com a minha funcionária uma galinha, óbviamente não seria nenhum absurdo se a mesma não estivesse viva. Desta forma minha esposa sem saber o que fazer, soltou a mesma no quintal.
Quando cheguei, já mais tarde, fiquei sabendo do tal presente, e fui eu atrás do possível almoço do dia seguinte, quando levei um verdadeiro "olé" daquela ave, pois enquanto eu corria para um lado, a mesma aprontando um barulhão, corria e voava exatamente para o lado oposto, assustando até os vizinhos, ainda tendo que ouvir minha esposa esbravejando contra o tal paciente que nos fazia passar por aquela desagradável situação.
Finalmente precisei da ajuda oportuna de um conhecido que depois de me fazer suar muito conseguiu apanhar a tal galinha, no que prontamente ao tentar me entregar a mesma, imediatamente apoiado pelos apelos da minha esposa, quase em uma única voz dissemos:
-PODE FICAR COM ELA, PODE LEVAR, POR FAVOR...