Copiado da Revista II da Corte de Gorobixaba.
 
     

     Essa história aconteceu há muito tempo atrás, quando eu, Dylsenko Biolov, Ministro da Pesca de Gorobixaba e meu camarada Sir Aleixenko Oitavo fomos pescar no rio Tyeteviski, que na época era muito procurado pelas boas pescarias de bagre.

     Tudo aconteceu em uma manhã quando arrumamos toda a tralha e partimos para uma pescaria que prometia ser muito boa. 
     Aleixenko como sempre estava muito ansioso, pois todos sabem que ele é péssimo pescador e ficou sabendo que por lá os bagres se fisgavam até mesmo com iscas de caranguejo. Ele queria dar um show de novas técnicas, ações e fisgar grandes bagres.
     
     As horas corriam, os peixes batiam, e eu, como sempre, já havia fisgado muitos peixes e ele... nada. A sorte não estava mesmo do seu lado, poucos peixes atacaram sua isca e quando isso acontecia, adivinhem? O peixe sempre dava um jeito de escapar.

     A noite caía e Sir Aleixenko continuava um pé-de-óleo (gíria utilizada para designar pescadores azarados). Foi aí que ele resolveu fazer a última tentativa: caprichou na isca, escolheu um bom lugar e arremessou. Minutos depois, para sua surpresa, alguma coisa pesada e grande puxou a linha e a briga começou.      
     Puxa daqui, puxa dali e nada de conseguir tirar o bicho da água. Estava difícil para Sir Aleixenko controlar a ansiedade, era a chance de fisgar um peixão e me deixar babando de inveja (coisa que sempre acontece).

     Mas não foi bem isso que aconteceu. Quando finalmente conseguiu tirar a linha da água veio a surpresa: o “peixão” era um belo tronco. A decepção foi total e Sir, já nervoso,
ficou mais ainda com o sarro que tirei dele (não perdôo uma).
Passados alguns instantes, mais conformado, Sir Aleixenko disse:
     -- Vou levar esse tronco para casa, deixar secar e usar como lenha. Fazer o quê?!”.

     Chegando em casa, enquanto limpava os bagres que tinham pescado, meu camarada Aleixenko pegou o machado para rachar o tronco e fazer uma boa fogueira.
     
     Na primeira machadada, a surpresa: dentro do tronco oco haviam sete bagres muito maiores que os que eu fisguei! (arghhh)
     Convenhamos que, para quem ainda não tinha fisgado um peixe, essa foi uma façanha e tanto.
     E depois disso, TODO PAU que Sir pega no rio, ele leva pra casa.


 
Dylsenko Biolov. Ministério da Pesca da Corte de Gorobixaba.