A CAIPIRA E A PLAY BOY
Lucineide era uma sertaneja de parar o trânsito, se morasse na cidade, é claro! Mas, morava no Sertão do Canta Sapo. O vento até que soprava a seu favor. Da janela da cozinha avistou um carro vindo lá na estradinha que beirava a tiguera.
De repente, o carro para em frente à porteira de sua casa. Do carro desceram dois engravatados. Abriram a porteira, deram alguns passos, e um deles perguntou:
- A senhorita é a Lucineide? Não é mesmo? Foi o Sebastião que nos falou de você!
- Sou eu mesma, Senhor! Mas podem ir parando por aí! Respondeu a moça.
- Nós somos da Play Boy! A moça pode nos acompanhar até a cidade para pousar para a revista!
E a moça, ligeiramente alterada, respondeu:
- Como é que é? Péra aí. Em primeiro lugar, ( deita aí tufão!) num sô de anda cum estranho. Em segundo lugar, se eu fosse até a cidade, ocêis já pudiam i na frente, qu’eu arriava o ventania e saía a galope, e quando ocêis chegasse, o ventania já taria descansano e comeno ração. Em por urtimo, ( fica em pé Tufão!), ocêis tão me achano que eu sô uma quarqué? Se eu saio, é um pé lá e outro cá! Num passo a noite fora de casa.E, ocês vem quessa loróta de posá!
- Pega elas Tufão! Gritou a moça
E , foi um corre-corre de dois engravatados, abrindo porteira e pulando arame farpado!
Enquanto a moça, totalmente alterada exclamava:
- Arré égua! Vô pegá o primo Bastião pela guéla!