A CURA PARA OS CACHACEIROS
 
Fui passar um final de semana no interior de São Paulo com uns amigos. Chegamos à sexta-feira.  No final de semana andamos a cavalo onde eu cai literalmente do mesmo, pois a sela estava partida. E tinha um caseiro que cuidava de um sítio onde tinha várias árvores frutíferas, pé de gengibre, pimenta-de-macaco, dentre outras  plantas. Comemos jabuticaba temporã. Tomamos banho no rio que passava por ele. À tarde Cido – nome do caseiro – conversava com o Marinaldo – aonde estava hospedado. Ele morou por lá algum tempo e começou a perguntar dos amigos. 
E como vai fulano?
Agora bem. Parou de beber.
Sério? Puxa o cara dava um trabalho para a mulher dele.
É; dava mas agora não mais.
E cicrano? Aquele bebia até cair.
Também parou de beber.
Como? Puxa que bom. Qual foi a tática.
O Silva.
Silva? O negão da fim da rua?
Ele mesmo.
E o que ele faz?
Bom, é simples. Fica lá no lar bar, só observando os caras encherem a cara, e incentiva mais os caras a tomarem cachaça...
Não estou entendendo...
...Então, quando ele vê que o cabra não consegue mais dar um passo, se oferece para levá-lo em casa.
Hã.
Porém, ele passa antes naquele rio que tem lá embaixo, lembra?
Sim.
Então, pega o cara abaixa suas calças, vira-o de quatro e carca o fumo.
Nessa hora nós ficamos meio assim sem reação. Rimos
Verdade?
É. Por isso que os caras não querem beber mais. A gente perguntou para todos os ex-bebuns ninguém “lembra” de nada. Mais o Silva nos falou.
Então lembrei daquele ditado que eles falaram depois:
“É bem que dizem que c. de bêbado não tem dono”
 
 24 de março de 2012, 08:01
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 24/03/2012
Código do texto: T3573591
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