UM "MICO DE FINA ESTAMPA" (parte dois)

Com todo o perdão em usar um sagrado nome em vão eu pergunto, com todo respeito que me cabe mas que nem de longe configura o mesmo respeito da televisão brasileira pelos telespectadores:

MEU DEUS DE TODOS OS CÉUS, O QUE FOI AQUILO?

FOI UM FINAL DE FINA ESTAMPA?

Final da novela...ou se selou o fim da televisão?

Sentei em frente ao televisor e fiz o seguinte comentário: "vou ver só para escrever..."- sem nova expectativa alguma.

E não é que me surpreendi? Foi pior do que eu imaginava.

E claro, depois eu pensei apenas em concluir minha super indignação com poucas palavras: SEM COMENTÁRIOS!

E eu consigo? Ara, é impossível.

Depois do meu primeiro texto "UM MICO DE FINA ESTAMPA", que aliás, deu o que falar porque algumas pessoas confundiram ator com personagens e claro, então eu apanhei virtualmente da galera sem sentir dor alguma, aí aprendi que religião, política, futebol e NOVELAS não se discute por aqui, em hipótese alguma.

Mas...caramba, me deixem rir um pouco, se eu sentia, eufemisticamente, que a teledramaturgia brasileira não é mais a mesma, ara, eufemismos a parte, acho que depois de ontem, ela morreu com toda a sua fina estampa e não vai mais ressuscitar nem com toda a resiliência "a la Teresa Cristina".

A coisa desandou sem fina estampa alguma. Que horror aquilo.

IBOPE a parte, que pelo que ouvi parece que já não era dos melhores há muito tempo, eu vou tentar aqui enumerar algumas contribuições primordialmente fantásticas e engraçadas da novela: podem mandar lá para o fantástico:

-A cena do avião mudando sua rota para que a mocinha voltasse para o seu mocinho Quinzé ( que me pareceu meio deficitário das ideias neuronais ), talvez faça com que nossas autoridades acordem e repensem as rotas dos aeroportos do país e os tetos para pouso e decolagem, não só para a infra estruturação dos transportes em tempo da copa, mas pela decolagem de todo o país.

Tem tempo ainda. Depois que o tempo passar não dará mais para avião algum retornar e pousar sossegado. Nenhum bonde retorna no tempo. E isso não é humor.

- A cena da Teresa Cristina matando o amante no motel (mas que homem tolo, nunca tinha visto alguém morrer molhado, A SECO!), o eletrocultando com um secador de cabelos na água, faz chamar a atenção dos motéis e do IMETRO para testarem todos os atuais produtos eletroeletronicos fruto dos descaminhos, principalmente os chineses, que soltam faíscas para todos os lados. Que horror aquilo, longe d eser humor. Muito menos arte.

-E não é que o doutor se formou médico sem estudar um minutinho sequer na novela toda!? Era o meu maior medo! E aquilo sim me arrepiou!

Será que é assim mesmo por aqui? Ou é só ficção do autor? Bah, que exagero irreal! Só me digam aonde ele vai exercer a medicina que eu quero passar bem longe dele. Será que a doutora Danielle, aquela personagem da Renata Sorrah, estudou naquela facul? Isso seria humor? Longe disso.

-E a Griselda cumpriu à risca a nossa mais atual tendência cultural dos doutores "Honóris Causa"! Lembram?

Justo ela que prometia decolar...do seu estilo Pereirão...

Foi a Paraninfa da turma da faculdade de medicina. Da turma que nunca estudou!

Muito bem! Estudar não é tão importante mesmo, importante é trabalhar bem duro...nos sindicatos. Ops! Foi só um lapso do meu pensamento, mas, alguém duvida disso?

A cena só contemplou nossa atual situação de descaso total com tudo que precisa de livro e de empenho, mas deixa pra lá que isso também não é humor.

Claro que tinham que chamar a Griselda para paraninfo da turma, já que não há mais professor neste país para que os possamos homenagear! Ficou perfeita a mensagem, mas isso também não é humor.

E a polícia? gente do céu, o que foi aquilo? É assim mesmo? O bandido ganha da polícia? Não, claro, aquilo é ficção. E aquela ficção é humor dos bons! Já a nossa realidade...

E a vigilância dos mares? Aquele barquinho...é permitido aquilo nas águas ou só se permite a direção não fiscalizada dos jet skis? Ara, isso não é nada engraçado.

E a impunidade? Será mesmo que tudo acabou numa pizza só com cheirinho de fina estampa? E isso seria humor?

Humor mesmo, e dos bons, foi o CRÔ! Quem diria, hein?

Nem o autor imaginaria que o ponto alto da sua novela seria, o tempo todo, só um!

Novela de um ponto só...no IBOPE também?

O moço, ou a moça, sei lá, conseguiu inovar todos os capítulos, sem cansar, sem entediar, sem ser repetitivo. E o que mais encantou:nos ensinou que lealdade existe.

Foi o único personagem que me fez rir e chorar no melhor estilo fina estampa! Soube ser amigo de verdade do seu zoiúdo.

Foi assim que senti.

De resto...agora sim vou resumir minha total falta de humor ( e de paciência!) em poucas palavras: Fina estampa? Nooosa, imaginem se não fosse.

Sem mais comentários, porque o que não tem solução remediado está!

É bem a nossa cara...

Penso então que, depois da novela, reverei todos os conceitos de qualidade...para, enfim, mudar minha opinião.