SAIA-JUSTA
Quem está a lidar diariamente com crianças precisa tomar muito cuidado com o que diz na frente dos pirralhos, pois a ingênua sinceridade infantil pode colocar-te em maus lençóis.
_ Mamãe, mé dá dinheiro para eu comprar um doce da Marina?
_ Eu nem sabia que a nossa vizinha estava vendendo doces, meu filho.
_ Eu também não sabia, mamãe. Acontece que outro dia eu escutei o papai falando lá no bar para os colegas dele assim: “vou falar uma coisa pra vocês, eu adoraria comer aquele docinho da Marina”.
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A garotinha indaga à mãe:
_ Qual é a diferença entre namoro e casamento, mamãe?
_ Ah minha filha, no namoro a gente anda de mãos dadas, vai ao cinema, toma sorvete e ganha flores e chocolates do namorado. Já no casamento a gente trabalha feito uma escrava. Lava, passa, cozinha e ainda tem de dar atenção às bobagens que o marido fala ao chegar do trabalho. Mas em compensação, a gente o faz trabalhar feito um burro de carga para comprar todas as coisas de que mais gostamos. Olha filhinha, papai chegou.
_ Cadê a menininha do papai?
_ Eu tô aqui, seu burro!
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A mulher indignada questiona pai e filha que estavam assistindo TV na sala:
_ Qual dos dois comeu um pedaço do bolo? Eu disse que era para esperar pelas visitas.
_ Não sei querida. _ apressa-se em responder o marido – Foi você, filha?
_ Não, papai.
A senhora então faz uma careta para a menina e volta a inquirir:
_ Se não foram vocês, quem foi o atrevido que comeu um pedaço do meu lindo bolo antes da hora?
_ Eu não sei mamãe; só disse o que o papai mandou eu dizer.
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A professora está ensinando sobre profissões:
_ Diga-me, Ana, o que o seu pai faz?
_ Ele conserta carros.
_ Muito bem! _ responde a professora satisfeita _ E quem conserta carros é o que, classe?
_ Mecânico _ os alunos respondem em coro.
_ E o seu pai João Pedro, faz o quê?
_ Eu não tenho pai, professora.
_ Sinto muito, querido! E a sua mãe, ela trabalha?
_ Arrumou emprego ontem.
_ Que bom! E qual é o emprego? _ a professora demonstra alegria e interesse.
Meio encabulado, o garoto continua:
_ É que eu não sei falar o nome da profissão da minha mãe.
_ Ora João Pedro, não tem problema; estamos aqui para aprender, certo? Só nos diga o que ela faz e nós te daremos o nome da profissão.
_ Minha mãe dorme.
_ Como é que é, menino! A sua mãe dorme no emprego?
_ Isso mesmo, professora. Ela passou à noite inteira fora e quando, hoje pela manhã, eu a vi tirando um maço de notas da bolsa, perguntei: puxa mãe, como ganhou tanto dinheiro? Daí ela me respondeu: ganhei na cama, menino.
Isso é o que eu chamo de uma tremenda saia-justa.